Saúde
Infectologista alerta para avanço da Covid-19 se quarentena for desrespeitada
Médico explica como isolamento pode ajudar a conter disseminação de casos
Cotidiano | Por Will Rodriguez 23/03/2020 09h10 - Atualizado em 23/03/2020 16h26

A declaração de transmissão comunitária do coronavírus em todo o território nacional reforça a necessidade de manutenção das ações de distanciamento social já impostas pelos governos estaduais. O alerta é do médico infectologista Thiago Mendes, que explica como a chamada quarentena pode ajudar a conter a disseminação do novo coronavírus.

Com dez casos confirmados, Sergipe entrou na sexta-feira para a lista de estados com transmissão comunitária da doença, ou seja, quando não é mais possível saber a origem da infecção. Uma mulher da cidade de Propriá, no Baixo São Francisco, testou positivo para Covid-19 após ter tido contato com a primeira paciente diagnosticada naquele município, que havia feito uma viagem recente. 

Para Thiago Mendes, o panorama atual da doença no país indica que o pico de casos da epidemia deve ocorrer em meados do mês de abril. Dessa forma, respeitar ao máximo o período de distanciamento social é essencial para tentar atenuar a curva de expansão do número de casos, evitando também a superlotação das redes de saúde. 

“Esse período (de quarentena) deve durar mais de 15 dias porque ainda não estamos no pico da doença. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, ele deve ocorrer daqui a cerca de três semanas. Já aqui em Aracaju, é provável que ele ocorra só daqui a cinco semanas. Por isso, se a gente não ficar em casa nas próximas semanas, quando o pico do surto chegar, será pior”, afirma Mendes. 

 

O infectologista também orienta sobre cuidados que devem ser observados neste período de quarentena, o mais importante deles, a constância da higiene pessoal e também dos ambientes. “É preciso higienizar as mãos após o contato com superfícies onde o vírus pode permanecer por bastante tempo, evitar os locais com muita aglomeração de pessoas e, se tiver que ir, utilizar máscaras”, diz Thiago Mendes, ressaltando que atividades ao ar livre não estão proibidas para quem não apresenta sintomas, desde que sejam feitas individualmente. 

Portaria 

A portaria do Ministério da Saúde estabelece que as pessoas com mais de 60 anos de idade devem restringir seus deslocamentos para realização de "atividades estritamente necessárias". Isso significa evitar transporte coletivo, viagens e eventos esportivos, artísticos, culturais, científicos, comerciais e religiosos e outros com concentração de pessoas próximas umas das outras. 

A portaria diz que pessoas com sintomas respiratórios deverão ficar em isolamento domiciliar por até 14 dias. Outras pessoas que morem no mesmo endereço, ainda que sem sintomas, também ficarão isoladas. Para isso, será emitido um atestado médico válido tanto para o paciente, quanto para os outros moradores do local.

Edição de texto: Monica Pintosh
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