Infestação de mosquitos na zona Sul de Aracaju gera temor de doenças
Além dos moradores, alunos de uma universidade particular sofrem com os insetos
Cotidiano | Por Saullo Hipolito* 10/08/2018 10h49 - Atualizado em 10/08/2018 16h49

A chegada de agosto trouxe alguns transtornos aos moradores de alguns bairros de Aracaju, dentre eles, a Farolândia. Isso porque o clima de chuvas e calor acelera o processo de eclosão dos ovos dos mosquitos que estão em locais à espera de pouca água para esse processo.

De acordo com o médico Eduardo Finger, em resposta ao site "Minha vida",  os ovos colocados em pontos estratégicos pelos insetos podem eclodir em dois dias e em cerca de cinco dias um novo mosquito está pronto para voar.

“Os ovos podem ficar em época de hibernação por cerca de um ano e com o mínimo de água eclodem. Foi o que aconteceu, com as chuvas vários mosquitos nasceram e por isso essa invasão no bairro”, disse a mestranda em Saúde e Ambiente Fernanda Oliveira.

Segundo a moradora do bairro Dayse Silva Santos, 39, o “ataque dos mosquitos” acontece há pelo menos dois meses. Várias medidas foram tomadas, mas não estão surtindo muito efeito. “São muitos mosquitos, a gente passa repelente nas crianças a cada hora, é difícil, temos que ficar com o ventilador ligado o dia inteiro”, afirmou.

Segundo a universitária Nathália Passos, os transtornos não ficam restritos às casas, mas na universidade os mosquitos também atacam. “Tem salas em que a gente não consegue se concentrar devido a quantidade de insetos. A culpa não é deles, mas de todos os locais de proliferação deixados pela população, como lixo acumulado, vasos abertos e até pneus”, disse.

Repelentes

A partir desta segunda, o Estado disponibilizará cem mil unidades de repelentes para os 75 municípios de Sergipe, que serão retirados para prevenir a transmissão do zica vírus e outras doenças causadas pelo mosquito Aedes Aegypti.  Os municípios poderão retirar o produto no Centro de Distribuição de Insumos e Medicamentos do Centro Administrativo da Saúde Senador Gilvan Rocha.

Cabe aos municípios encaminhar os repelentes às unidades de saúde para serem repassados ao público-alvo que, segundo sugestão do Ministério da Saúde, são as gestantes acompanhadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e cadastradas no Programa Bolsa Família; as populações de áreas endêmicas para arboviroses transmitidas pelo Aedes Aegypti; populações com contraindicação à imunização contra a febre amarela; idosos; e agentes comunitários de saúde expostos a condições de risco.

Embora o Ministério da Saúde tenha sugerido um perfil, os municípios têm liberdade para definir seu público-alvo. “Como existem realidades diferenciadas no país, o Ministério da Saúde deu liberdade para que os gestores municipais determinem o público que será contemplado com o produto”, explicou a coordenadora da Assistência Farmacêutica da SES, Juliana Santos de Oliveira.

Responsável pela distribuição dos repelentes, a Assistência Farmacêutica definiu a cota que cabe aos municípios a partir da estimativa de gestantes, calculada pela base do número de nascidos vivos no ano anterior, acrescida de 5%. “Esse cálculo é eficiente para situações como esta, evitando que se cometam erros no rateio do produto”, reforçou Juliana de Oliveira, explicando que a distribuição de repelentes está dentro da estratégia de prevenção às arboviroses.

Zica vírus

A principal forma de transmissão do vírus zika é pela picada do mosquito infectado, principalmente o Aedes Aegypti, em regiões tropicais. Os mosquitos Aedes picam, normalmente, durante o dia, sobretudo no princípio da manhã e ao fim da tarde ou princípio da noite. Este é o mesmo mosquito que transmite a dengue e a chikungunya.

Arboviroses

Arboviroses são as doenças causadas pelos chamados arbovírus, que incluem o vírus da dengue, zika febre chikungunya e febre amarela. A classificação ‘arbovírus’ engloba todos aqueles transmitidos por artrópodes, ou seja, insetos e aracnídeos (como aranhas e carrapatos).

* Com informações da Secretaria de Estado da Saúde

* Estagiário sob supervisão da jornalista Mônica Pinto.

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