Intercâmbio: o que é preciso ter em mente antes de planejar sua viagem
Experiência tende a gerar forte impacto positivo na vida acadêmica e profissional
Cotidiano | Por Laís de Melo 15/02/2021 15h37

O sonho de muitos jovens estudantes é ter a oportunidade de vivenciar um intercâmbio, seja para aprender um novo idioma, conhecer novas culturas e costumes, para trabalhar ou simplesmente morar em outro país. A experiência pode render, inclusive, um grande diferencial no currículo dos futuros profissionais, em praticamente qualquer em que pretendam atuar.

O jovem Arnold Machado da Silva, de 18 anos, concluiu o ensino médio e agora pretende ingressar na Universidade de Toronto, no Canadá, para cursar major em História e minor em Educação. Se for aprovado na faculdade este ano, ele viaja para o país no próximo mês de setembro, e lá deve morar nas residências da própria instituição. 

"Estou no começo ainda da aplicação para a faculdade,  até agora tudo está correndo bem. Porém, posso dizer que é facílimo perder-se com tantos prazos, tantos nomes diferentes, tantas regras. É importante ler e entender tudo, e sempre pedir ajuda à faculdade quando necessário. Estou com um sentimento maravilhoso de estudo e oportunidades. Felicidade mesmo. Nem consigo mensurar o quanto vou aprender por lá!", disse Arnold ao F5 News.

O estudante afirma que pretende ficar no Canadá depois de acabar a faculdade e trabalhar como professor de história, mas esse planejamento ainda está no começo. "Imagino que irei começar algum trabalho lá, mas a ideia inicial é que eu ajude meus pais no trabalho deles por um sistema na internet", explica.

Fazer um intercâmbio no Canadá e morar lá sempre foi o desejo de Arnold. Alguns motivos o levaram a essa decisão, como a qualidade de vida e de estudo, novas oportunidades e vontades pessoais. "Como estudo inglês há bastante tempo, quis sempre que fosse para um país que falasse essa língua. Canadá parece a mim a melhor opção", afirma o jovem.

É a primeira vez que ele ingressa nessa experiência e contoubao F5 News como vem sendo a preparação para o intercâmbio. Enquanto está em Aracaju, de forma online, Arnold já está fazendo cursos de Gramática e História Geral pela escola Keystone. "Eu estou fazendo online, é um curso de história mundial que já vai ser como uma introdução ao curso de história na faculdade, mas também tenho alguns livros de história por fora e pretendo ir me acostumando com textos mais formais, tendo uma ideia de como vão ser as coisas lá", conta. 

Arnold também afirma que tem se preparado quanto ao idioma, e nos aspectos psicológica e financeiro. Ele estuda inglês desde muito pequeno, tornou-se fluente, mas diz que continuará estudando. "Minha família tem se preparado para essa minha viagem, então meus pais vão me ajudar com os custos. E tem a preparação psicológica, porque vai ser uma mudança muito grande na vida, de rotina, tenho tentado me acostumar com a ideia de estar aberto às novas possibilidades, novas experiências", disse ao portal. 

Para o jovem, o planejamento antes de fazer um intercâmbio é primordial para que seja feito com maior segurança. "Não consigo imaginar alguém indo fazer uma viagem tão transformadora sem passar anos preparando e planejando. É algo central da vida, pelo menos se o desejo é passar lá anos, como eu. Não dá para ir sem preparação. Infelizmente, o intercâmbio é algo muito restrito financeiramente. É preciso ter uma boa reserva porque tudo terá o valor multiplicado ao trocarmos a moeda. O que parece barato em dólar é caríssimo em real. Então, sustentar-se por meses ou até anos assim custa caro para nós. Estudo, local, moradia, tempo e etc pode variar demais em cada realidade. Vai de cada curso, cada desejo, cada faculdade ou instituição. Cada intercambista deve ver sua realidade para planejar todas essas questões", considera.

"Agora, a importância do intercâmbio é variável. Ele não garante sucesso profissional nem aprendizagem. Estudar fora ou estudar aqui demandam variáveis quantias de esforço, e sempre o próprio estudante é o foco. Claro, um bom lugar ajuda e muito! Por isso a vontade de tantos em fazer intercâmbio. Porém se precisa saber que não será um mar de rosas. Não adianta idealizarmos nenhum lugar. A importância do intercâmbio está ligada à habilidade do estudante de perceber um novo ponto de vista sobre a vida e sobre o país", completa Arnold.

Com o mercado de trabalho cada vez mais exigente, dominar um segundo idioma, sobretudo inglês, pode colocar candidatos numa posição superior. Por isso muitos buscam obter o certificado de proficiência na língua. 

De acordo com o professor de língua inglesa certificado pela universidade de Cambridge Gleidinaldo Oliveira Santos Junior, existem vários exames de proficiência no mercado.

“Os mais famosos são os da Universidade de Cambridge e os da ETS, empresa responsável pelo TOEFL. Os exames possuem uma estrutura bem distinta, entretanto, todos aferem a capacidade do candidato nas quatro habilidades que envolvem um idioma: ler, ouvir, falar e escrever”, explica o profissional. 

Segundo ele, os candidatos precisam estar atentos ao motivo pelo qual estão se submetendo ao exame. “Apesar de serem reconhecidos internacionalmente, empresas e órgão governamentais estrangeiros têm preferência por um ou pelo outro. Vale ficar atento à sua necessidade”, alerta. 

Para a preparação, o professor Gleidinaldo destaca que os exames são famosos por serem longos e cansativos e, por isso, a dica número um é conhecer a estrutura da prova, em detalhes. 

“Realizar vários simulados e entender como você está sendo testado em cada parte da prova. Outra dica importante é aprender a gerenciar o seu tempo. Além de serem bastante extensos, o tempo de prova é relativamente curto, o que demanda muito dos candidatos”, disse.  

Com estruturas distintas, cada prova tem a própria estrutura. Por exemplo, os exames da Universidade de Cambridge, segundo o professor, são mais longos do que os da ETS (TOEFL).

“O conteúdo em ambas provas é divido em quatro sessões que equivalem às competências linguísticas. E elas não possuem temática específica. Os exames da ETS costumam ser mais acadêmicos e o seu conteúdo acaba se voltando para esse tema. Já os de Cambridge são mais generalistas e abordam assuntos do cotidiano”, explica. 

Mas, dentro do universo das provas de proficiência, elas são aplicadas também para outros idiomas, não só o inglês. De acordo com professor Gleidinaldo, com o avanço do capitalismo e a globalização, as empresas e instituições de ensino sentiram uma necessidade maior em aferir a capacidade linguística dos possíveis funcionários ou alunos, e foi assim que os exames de proficiência tomaram uma grande proporção. 

“Todos os exames posicionam o candidato em um padrão internacional usado para descrever a proficiência em um idioma, o Common European Framework (Quadro comum europeu). Esse padrão é utilizado para todos os idiomas e facilita tanto o estudo do mesmo, como também a interpretação do nível linguístico do candidato”, disse o profissional.

*Colaboraram Will Rodriguez e Fernanda Araujo

Edição de texto: Monica Pintosh
Mais Notícias de Cotidiano
Pedro Ramos/Especial para o F5News
28/10/2021  09h31 A vida de quem não tem um lugar digno para morar em meio à pandemia
Foto: AAN/Reprodução
11/03/2021  18h30 Prefeitura realizará testes RT-PCR em assintomáticos no Soledade
Foto: Agência Brasil/Reprodução
11/03/2021  17h30 Em dois novos editais, IBGE abre inscrições para 114 vagas em Sergipe
Foto: SSP/SE/Reprodução
11/03/2021  16h10 Polícia prende suspeito de furtar prédio do antigo PAC do Siqueira
Foto: SES
11/03/2021  16h10 Com aumento de casos, Sergipe teme falta de insumos hospitalares
" class="contact-button-link cb-ancor facebook" title="Siga-nos no Facebook"target="">" class="contact-button-link cb-ancor twitter" title="Siga-nos no Twitter">" class="contact-button-link cb-ancor whatsapp" >