Jovem denuncia agressão após passar irregularmente por catraca de ônibus
Empresa de ônibus diz que está apurando o caso e que não compactua com violência Cotidiano | Por Fernanda Araujo 04/02/2020 11h30 - Atualizado em 04/02/2020 13h50Um jovem de 21 anos denuncia que foi agredido com socos e uma arma de choque por supostos funcionários de uma empresa de ônibus depois de ter passado juntamente com a namorada pela catraca pagando apenas uma passagem, no município da Barra dos Coqueiros, na Grande Aracaju (SE). O fato foi registrado na tarde do último domingo (2) e a vítima prestou Boletim de Ocorrência.
O veículo, que faz a linha 071 Atalaia/Barra dos Coqueiros da empresa Progresso, ia em direção ao Centro na rodovia José de Campos, logo após a ponte no sentido Aracaju/Barra. Edivaildo Jhon Francis Oliveira Santos Silva, que é atleta de jiu jitsu, conta que ele e a namorada entraram no ônibus por volta das 15h05 e ambos passaram juntos na catraca, colocando o cartão de passagem de ônibus, porém pagando apenas por uma. O procedimento é irregular, embora não justifique a suposta agressão. O jovem diz que "reconheceu o erro e iria pagar pela passagem", que não o fez de imediato porque estava com pouco dinheiro e quase zerado no cartão.
Ao F5 News, o rapaz afirma que um homem, que disse ser segurança da empresa, o segurou pela camisa ordenando que pagasse a segunda passagem, do contrário eles teriam que descer. "E eu falei 'me solte, me solte, eu vou pagar, então me solte', e nisso veio outro cara que também se identificou como segurança da Progresso e me deu um tapa no rosto, perguntando se eu tinha pulado a catraca ao outro segurança, momento em que ele informou que eu apenas tinha passado junto com minha namorada na catraca", afirma o jovem.
Jhon conta ainda que, em seguida, um dos homens desceu do ônibus e subiu pelo fundo dizendo "desça, desça, vagabundo". Ele afirma que, naquele momento, foi agredido com uma arma de choque na barriga e com um empurrão para fora do veículo. O jovem relata que, assim que desceu do ônibus junto com a namorada, chegou a afirmar que iria pagar pela passagem, mas continuaram as agressões com socos no rosto e a arma de choque, mesmo sem ter reagido.
Ele diz ainda que tentou se soltar dos agressores, mas os ataques prosseguiram dentro de um mangue. "Só pararam porque eles estavam se machucando com os galhos e algumas pessoas pediram para que eles parassem de me machucar". Um terceiro homem, que estava passando de carro, teria ainda parado e também o agredido, os três o forçando a deitar no chão. Após as agressões, os envolvidos teriam subido no ônibus e seguido viagem.
"Mesmo eu reconhecendo meu erro e a todo momento falando que ia pagar a passagem, eles não quiseram me ouvir, já partiram para agressão. Eu não pulei a catraca. Algumas pessoas desceram do ônibus e se dispuseram a me acompanhar à delegacia, inclusive me passaram o contato caso eu precisasse de ajuda", diz ele. Com as agressões, a vítima conta que levou dois pontos na testa e ficou com hematomas no olho e com parte do rosto inchado, além de escoriações pelo corpo. "Não reagi em momento nenhum, eu não gosto de confusão. Eu reconheci, e fui tentar corrigir, mas não deixaram. Não esperava essa situação. Quero apenas justiça", completa.
Um Boletim de Ocorrência foi registrado na 11ª Delegacia Metropolitana como lesão corporal dolosa. A vítima deve passar por exame de corpo de delito, marcado para a próxima terça-feira (11). O caso deve ser investigado pela Polícia Civil. Os suspeitos ainda não foram identificados.
Por meio de nota, o Grupo Progresso informa que está apurando a situação - "mas desde já se soma ao entendimento das demais empresas operadoras do transporte público coletivo, de que não compactuam com nenhum tipo de ação de violência", diz.
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Aracaju (Setransp) também divulgou nota afirmando que o Grupo Progresso não faz parte do Sindicato e, por isso, a entidade não pode se pronunciar pelo grupo. "No entanto, o sindicato reforça que o posicionamento do setor é de total combate à violência e participação em projetos em prol da mobilidade urbana com mais segurança pra todos", completa.
*Editado para acréscimo de informações.





