Justiça determina regularização da cardiologia no Hospital Cirurgia
Solicitação é de que paciente não espere mais que seis meses para procedimento Cotidiano | Por Saullo Hipolito 26/07/2019 13h00 - Atualizado em 26/07/2019 13h21A justiça sergipana determinou a regularização da cardiologia no Hospital de Cirurgia, em Aracaju. A medida estabelece que o paciente não espere mais que seis meses para realização do seu procedimento cirúrgico.
De acordo com informações do hospital, há uma fila de 253 pessoas na unidade aguardando algum tipo de cirurgia cardíaca. A contagem foi feita por representantes da unidade em conjunto com o Ministério Público.
A decisão, em caráter liminar, obriga Estado e Município de Aracaju a adotarem, no prazo de 30 dias, todas as medidas necessárias para que nenhum paciente permaneça em fila de espera por mais de seis meses, levando em consideração a urgência de cada caso.
"Nem todas cirurgias cardíacas são cirurgias de valvuloplastia, citadas no processo. Esse seria um procedimento para mudança de válvulas que bombeiam sangue para o coração, seja ela mitral [fica dentro do coração separando átrio de ventrículo, à esquerda] ou aórtica [separa o coração da aorta, que é a principal artéria do organismo], por exemplo", afirmou o Diretor Técnico do Cirurgia, Rilton Morais, em entrevista à TV Sergipe.
De acordo com o hospital, essa fila já foi maior, mas com a intervenção e reinstituíção das cirurgias cardíacas diárias e sem interrupção, num volume superior ao que foi contratado, 28, a fila diminuiu.
Todas as cirurgias realizadas são pagas pelo Estado. Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) afirmou que estabeleceu desde 2018 uma co-gestão com o Hospital de Cirurgia, que em novembro culminou com uma ação judicial.
A decisão ainda prevê que o descumprimento faça com que o Ministério Público apresente três orçamentos para que a quantia de menor valor seja retirada das contas do Estado e destinada ao pagamento.
Previsão
Ainda em entrevista, o diretor afirmou que o Hospital não é responsável por resolver a fila, mas sim, ajudar a resolver. "Somos um hospital contratado para realizar as cirurgias cardíacas e estamos fazendo a nossa parte, envidando todos os esforços para que seja possível operar o maior número de pacientes [hoje são realizadas 35 cirurgias por mês, segundo o profissional]", disse.
Com a capacidade atual da unidade de saúde, a previsão é de que não seja possível cumprir o prazo dado de 30 dias. Ele atribui o número de pacientes na espera à gestão anterior e salienta que não param de chegar doentes precisando de cirurgias.
"Para cumprir é necessário um quantitativo de 80 cirurgias mensais e não temos essa capacidade. O Estado terá que contratar hospitais privados, ou realizar em outros locais públicos, mas acredito que nenhum tenha a estrutura, porque esse tipo de cirurgia é extremamente complexa e necessita de uma estrutura mais detalhada", afirmou o diretor.
A Secretaria da Saúde informou que tem contrato com o hospital para realização de 35 cirurgias mensais e já está em tratativas avançadas com outro hospital da rede privada para realização desse procedimento, nesse caso a oferta irá aumentar e existe previsão para uma diminuição da fila de espera.
Fila de espera
De acordo com o diretor técnico da unidade, a escolha pelo atendimento aos pacientes é estabelecida a partir de critérios objetivos e médicos. "A equipe escolhe a ordem de cirurgia pela gravidade do atendimento e maiores chances de sobrevida. Infelizmente, nós, médicos, temos que tomar essa decisão. Queríamos operar todo mundo", disse Rilton Morais.


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