Mãe e bebê ficam internados em quarto sem refrigeração em maternidade
Saúde: equipamento será trocado e mudança é feita pela necessidade dos pacientes Cotidiano | Por Fernanda Araujo 12/03/2020 14h40Ionaldo Vieira conta que a sua esposa, Estefani Rose dos Santos, e o bebê Levi estão internados há quase 15 dias, depois que o filho, que já estava em casa, precisou voltar à unidade por apresentar infecção urinária e intolerância à lactose. "Estava em um quarto com ar condicionado, com outra paciente e um bebê, quando a colega de quarto foi embora, ela ficou só e levaram ela para esse quarto quente, sem ar condicionado", diz ele.
Estefani ficou desde às 17h30 de quarta-feira no calor intenso até a manhã de hoje. Somente por volta das 9h, segundo ele, é que a sua esposa e as outras mães foram transferidas do apartamento 709, na Ala Verde, para o quarto 708 com refrigeração. "Todos quartos têm ar condicionado, exceto o 709. Só foi transferida depois que o médico do dia chegou e perguntou às enfermeiras porque os bebês estavam naquele quarto e pediu que transferisse para o outro urgentemente, pois não era para estar ali", conta Vieira.
A preocupação, ainda segundo ele, foi pela possibilidade de aumento na proliferação de vírus e bactérias, já que pode ocorrer à medida que as temperaturas vão aumentando. Ionaldo ressalta que a sua esposa precisou ir dar o alimento ao bebê e colocá-lo para dormir no corredor do hospital, que é refrigerado, e diz que o banheiro também estava sem iluminação. "Ventilador é proibido também por causa de bactéria. Eu pedi ontem ao supervisor para transferir porque tem dois quartos vazios, mas ele disse que a maternidade estava cheia e que pessoas iriam para lá, só que até hoje de manhã esses quartos não foram ocupados", reclama.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Saúde informa que o aparelho de ar condicionado apresentou defeito em uma peça e o departamento de infraestrutura já está providenciando a substituição.
Em relação aos leitos, a Secretaria diz ainda que a Maternidade encontra-se superlotada e o Núcleo Interno de Regulação de Leitos faz o remanejamento das pacientes de acordo com as necessidades de cada recém nascido. "A ala verde é uma enfermaria destinada para o Método Canguru, não podendo receber pacientes com outros perfis, mas quando há necessidade a unidade faz os ajustes de acordo com a complexidade e perfil clínico dos bebês internados", completa na nota.





