Mais de cem sergipanos buscam ajuda no Centro de Valorização da Vida por dia
No país, o atendimento do CVV chega a uma média de 11 mil contatos diários
Cotidiano | Por Fernanda Araujo 05/07/2019 18h05 - Atualizado em 06/07/2019 17h31

Parar para ouvir o que se passa com outro, uma ligação ou mensagem de esperança e autoestima, sejam elas vindas de profissional, de desconhecido, da família ou amigos, pode mudar o rumo de quem precisa de apoio, em muitos casos pessoas que sofrem de depressão, ansiedade e estresse.

Em Sergipe, mais de cem pessoas buscam por essa assistência todos os dias através do Centro de Valorização da Vida (CVV), que realiza em todo o território nacional um trabalho de suporte emocional e prevenção ao suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sem julgamentos ou críticas.

Segundo Acelmar Reis, que é voluntário e porta-voz do CVV em Aracaju, uma média de 110 a 130 ligações para o telefone do Centro - 188 - de todo o estado de Sergipe são recebidas por dia por voluntários da instituição. No país, o registro chega a uma média de 11 mil contatos também diariamente. Atualmente, a base no estado possue 30 voluntários e o atendimento é feito somente por meio do número de telefone.

A depressão, uma doença psiquiátrica crônica que provoca tristeza profunda e forte sentimento de desesperança, está cada vez mais presente nos dias atuais e nas mais diversas faixas etárias. As principais causas, segundo especialistas, podem vir de fatores biológicos - ligados a questões do organismo -, psicológicos ou do meio social em que a pessoa está inserida. 

De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), quem tem depressão pode sofrer de humor deprimido, cansaço marcante após esforços leves, prazer e energia reduzida, fatigabilidade aumentada, atividade diminuída e perda de interesse. Os sintomas também podem incluir concentração e atenção reduzidas, baixa autoestima e da autoconfiança, ideias de culpa e inutilidade, visões desoladas e pessimistas do futuro, ideias ou atos autolesivos ou suicídio, sono perturbado, apetite diminuído, dentre outros.

Lidar com essa condição não é fácil e buscar auxílio é o primeiro passo. No CVV, o atendimento do voluntariado é feito sob total sigilo, de forma anônima por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. "O voluntário se identifica, mas a pessoa que liga não precisa se identificar, não tem identificador de chamadas, e pode falar qualquer assunto que queira", explica o porta-voz.

Neste sábado (6), o CVV realiza um curso gratuito de preparação de voluntários em Aracaju, que é a porta de entrada para quem quer estar inserido no Programa de Apoio Emocional da instituição. A abertura será às 13h30, realizado no Sesc do bairro Siqueira Campos, na rua Bahia. A agenda de cursos em todo o Brasil também está disponível no site

Para participar, basta ser maior de 18 anos e ter disponibilidade de doar seu tempo, pelo menos quatro horas por semana para tirar um plantão uma vez por semana, e vontade de ajudar as pessoas. O curso também é realizado em uma das sedes da entidade ou no ambiente virtual, e para se cadastrar pode fazer a inscrição aqui. "A pessoa vai conhecer o CVV, como funciona e aprender a fazer os atendimentos", diz Reis. 

Também é possível ser um voluntário-especialista, auxiliando com conhecimentos e habilidades próprias, como, por exemplo, na divulgação, captação de recursos ou tecnologias. Nesse caso, deve entrar em contato pelo e-mail: comunicacao@cvv.org.br.

Procure ajuda

Caso os sintomas sejam contínuos e persistentes, a pessoa deve procurar ajuda profissional. O tratamento adequado direcionado por um psiquiatra é essencial, de acordo com a Associação, além de outros profissionais como psicólogos.

Entre os tratamentos existem, segundo a ABP, psicoterapias, terapias de apoio, cognitivas, psicoanalíticas, e uma gama variada de medicações da classe anti-depressivos indicados pelo médico psiquiatra. O apoio psicossocial, familiar ou da comunidade - sem apontar rótulos -, além de ter hábitos saudáveis como na alimentação e exercícios físicos também são importantes neste processo. 

*Com informações do CVV e da ABP

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