Mangabeiras: famílias voltam a cobrar auxílio moradia da Prefeitura
Gestão diz que manifestantes não se enquadram no critério para concessão do benefício Cotidiano | Por Saullo Hipolito 08/09/2020 11h40Há seis dias acampados ao lado do Centro Administrativo de Aracaju, moradores que alegam ser da antiga Ocupação das Mangabeiras pedem a inclusão deles no benefício do auxílio moradia. Na manhã desta terça-feira (8) eles organizaram um protesto em frente à Prefeitura como forma de chamar a atenção do prefeito Edvaldo Nogueira.
Depois da desocupação das Mangabeiras, realizada no dia 22 de julho, dezenas de famílias se deslocaram para casas de parentes em toda Aracaju, mas há pelo menos seis dias parte delas se dirigiu ao Centro Administrativo, onde montou barracas improvisadas e passa os dias em busca de uma solução para o auxílio moradia.
Segundo o grupo, nesses dias em que estão alojados ao lado da Prefeitura, um assessor - não identificado - esteve no local, mas para os manifestantes não foi suficiente, eles pedem a presença de alguém que possa resolver o caso.
“Eles alegaram que a gente tinha moradia, e, por isso, não recebemos o benefício. Estamos dormindo no relento, pedimos solução. Eles dizem que somos oportunistas políticos e que a gente não morava na ocupação das Mangabeiras, mas isso é mentira. Eles possuem nossos dados e nossas coisas foram colocadas em um galpão próximo à Prefeitura”, afirmou uma das líderes do protesto, Mariane da Silva, catadora de materiais recicláveis.
Por outro lado, a Secretaria de Assistência Social de Aracaju afirma que um cadastro foi realizado em abril de 2019 com 840 pessoas residentes na ocupação e essas foram contempladas com o benefício
Segundo Mariane da Silva, são cerca de cem pessoas no local, em condições insalubres. Ela disse ao F5News que, na tarde de ontem, segunda-feira (7), duas crianças foram levadas ao hospital passando mal, com sintomas da Covid-19. A alimentação tem sido bancada por pessoas que se solidarizam e fazem doações, dizem os manifestantes
Em conversa com o F5 News, a secretária da Assistência Social de Aracaju, Simone Passos, informou que essa mobilização tem cunho político e garantiu que a pasta tem convicção que eles não fazem parte da ocupação.
“Eles fazem chamadas para saber quem está presente. Aqui têm pré-candidatos a vereadores, eles possuem banheiro químico financiado por alguém, ou seja, têm outras pessoas fazendo essa articulação. A Secretaria de Assistência junto com as demais têm realizado esse monitoramento, já temos 2.391 beneficiários do auxílio moradia na cidade”, disse.
A secretaria também informou que da lista com 220 nomes entregue pelos manifestantes, 111 estavam repetidos, outros 19 não tinham registro no CadÚnico - sistema do governo federal para concessão de benefícios sociais. Outras,12 pessoas têm cadastro em outro município, 48 estão cadastradas com endereços de outros bairros da capital sergipana e as demais fizeram o cadastro após a desocupação da área, segundo a gestão municipal.
*Colaborou Will Rodriguez





