Com os leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e enfermaria para pacientes com covid-19 lotados desde domingo (28), o Hospital Primavera, em Aracaju, retomou o atendimento de urgência na noite desta quarta-feira (3). Na noite de terça-feira (02), algumas vagas de UTI  foram liberadas, no entanto, foram prontamente ocupadas por pacientes que estavam internados na enfermaria do hospital. 

Em entrevista ao F5 News, o superintendente médico da Rede Primavera, Guilherme do Espírito Santo, revela que o tempo de permanência dos pacientes com coronavírus na UTI e enfermaria aumentou significativamente de fevereiro para cá. Além disso, ele também cita uma mudança no perfil dos infectados. 

“São pacientes mais jovens, e há também um maior percentual de mulheres. Antes, era muito mais forte a presença masculina nas UTIs. Sem contar que o tempo de permanência está claramente maior. Essa mudança no padrão aconteceu a partir de fevereiro. Em dezembro e janeiro já estava maior o movimento, mas foi a partir do início de fevereiro que aumentou nesse ponto”, disse o superintendente. 

Para ele, a mudança no perfil dos pacientes com covid-19 pode estar atrelada à chegada das novas cepas do vírus em território sergipano. “Durante os meses de dezembro e janeiro estávamos com 20 pacientes de UTI, era uma situação estável. No início de fevereiro teve um aumento para 30 pacientes, então abrimos mais 10 leitos para acomodar aqueles que chegaram, mas mais dias depois foram chegando ainda mais pacientes. Tivemos um crescimento muito grande e uma mudança de perfil”, reitera. 

Atualmente, o Hospital Primavera conta com 47 leitos de UTI, sendo 37 dedicados exclusivamente para pacientes de covid-19, e todos estão sendo utilizados. Os leitos de enfermaria eram 21 ao total, no entanto, diante da grande demanda, outras vagas foram sendo abertas e atualmente cerca de 34 pacientes estão internados.

Segundo o médico Guilherme do Espírito Santo, alguns apartamentos foram transformados em enfermarias para poder acomodar a todos. Ele conta ainda que na primeira onda da doença havia mais pacientes nas unidades de internação comum do que na ala de terapia intensiva, e hoje a realidade é contrária. 

O Hospital continua atendendo pacientes para consultas médicas, e a ala pediátrica também está com funcionamento normal. Somente o atendimento de urgência para adultos continua suspenso, diante da lotação dos leitos. Segundo o médico, por enquanto não há possibilidade de abrir novas vagas. 

"Neste momento não temos condições de aumentar o número de leitos, por questão de equipe. Nós aumentamos 17 leitos em 10 dias, e precisamos de um tempo para organizar os processos e fluxos, para criar uma rotina nesses novos setores. Enquanto isso, vamos avaliar o que pode ser feito”, conclui o superintendente.