Médicos fazem duras críticas à decisão de desembargador de Aracaju
Após notificação da justiça, profissionais prometem suspender greve Cotidiano | Por Saullo Hipolito* 07/06/2018 10h30 - Atualizado em 07/06/2018 10h53Mesmo após a decisão do desembargador Osório Ramos de Araújo Filho em acolher o pedido liminar da Prefeitura de Aracaju, por meio da Procuradoria Geral do Município (PGM), de suspensão da greve dos médicos do município, deflagrada na última segunda-feira (4), a categoria manteve a greve na manhã desta quinta-feira (7).
Segundo o Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed), ainda não houve notificação da justiça com relação à ilegalidade da greve, por isso ela será mantida até segunda ordem.
“Somos cidadãos de bem e acataremos assim que formos notificados, vamos ver quais posições jurídicas que o sindicato pode tomar e lamentar porque o desembargador está lá recebendo seus benefícios e não sente na pele a problemática do sistema de saúde e o fato do desembargador estar querendo calar a voz do médico é ineficiente, ele não vai conseguir”, disse o presidente do Sindimed, João Augusto.
A prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informou por meio de nota que cobrará a presença dos profissionais nas unidades de saúde atingidas pelo movimento, e que tomará as medidas administrativas cabíveis aos profissionais que não retornarem às atividades.
Um fato que chamou a atenção dos médicos é a condenação ao presidente do sindicato que, segundo o que está sendo regulamentado, deve pagar uma multa de R$ 10 mil, valor igual ao sindicato, em caso de prosseguimento da greve. Para os profissionais de saúde, não há razão para tal condenação, afinal para que alguém seja denunciado ele tem que cometer algum crime, diferentemente do que é proposto a um presidente de sindicato, que apenas segue decisões de assembleia.
“É nítido que a parte pessoal está envolvida, a gente não vê, quando existe algo contra o governo, o governador ser condenado pessoalmente, por exemplo. Sabemos que essa atitude é para intimidar e fortalecer o governo municipal, não esperávamos diferente, não conheço o teor da decisão, mas conheço o teor do pedido que apresentava inverdades no processo, infelizmente o desembargador decidiu de forma unilateral, o que não faz parte do que é correto e íntegro, mas ele que tem o poder da caneta”, disse João Augusto.
Segundo a categoria, a greve será suspensa, mas caso não sejam tomadas medidas resolutivas por parte da prefeitura, uma nova greve será iniciada posteriormente.
“Essa decisão é um copia e cola de outras decisões, isso não é novidade para a gente. Assim que notificados, daremos o prazo para negociação e, caso não haja, nós provaremos isso e daremos início a uma nova greve”, afirma o presidente.
Ainda de acordo com João Augusto, a categoria se sente envergonhada com tal atitude do desembargador em não exercer o princípio da defesa. “Ele é só uma pessoa que tem um poder enorme da caneta. Em relação a Edvaldo Nogueira, ele só mostra que não dialoga, quer chegar com uma decisão pronta e dizer que dialogou, a gente lamenta que o prefeito não queira construir, isso não aconteceu”, disse.
Procurada pela equipe de reportagem do F5 News, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirma que continua em processo de análise da situação financeira para que sejam traçados planejamentos de reajustes salariais.
Com relação à contratação de pessoas jurídicas, não há definição da gestão e qualquer decisão só será tomada após levantamentos que comprovem benefícios à população.
* Estagiário sob supervisão da jornalista Fernanda Araujo.


Falta de acesso à habitação persiste e desafia efetivação da cidadania

Testagem ocorre a partir das 8h, na área externa da UBS Carlos Hardmam.

Os contratos terão duração de até um ano, com possibilidade de prorrogação

Homem foi flagrado pelas câmeras de segurança do Ciosp levando uma porta

Secretária Mércia Feitosa lembra necessidade de reduzir ocupação de leitos