Sergipe
Menos da metade dos catadores de resíduos está associada a cooperativas
Evento realizado pelo Ministério Público promove o cadastro dos profissionais
Cotidiano | Por Saullo Hipolito* 13/12/2018 10h55 - Atualizado em 13/12/2018 11h57

Com o objetivo de dar maior visibilidade às atividades dos catadores de recicláveis no Estado de Sergipe, os Ministérios Públicos Federal e Estadual promoveram o III Encontro Estadual de Catadoras e Catadores de Materiais Recicláveis de Sergipe, na zona Sul de Aracaju. A expectativa é de que todos os catadores saiam do evento registrados em cooperativas.

Esses profissionais têm um papel fundamental na redução de resíduos enviados aos aterros sanitários e até mesmo para os lixões ilegais que existem em algumas cidades, a exemplo da própria capital, Aracaju. Em cooperativas, eles são capazes de fazer o gerenciamento adequado do material.

“A valorização é importante para facilitar e impulsionar a inclusão social e produtiva desses catadores, o evento vai estimular a organização desses profissionais em cooperativas. Nós temos menos da metade dos catadores do Estado organizados em cooperativas hoje”, disse a procuradora da República, Lívia Tinôco.

Segundo o representante do Movimento Nacional dos Catadores, Adriano Santos (foto), em Sergipe são contabilizadas 28 cooperativas com profissionais que saíram dos lixões e trabalham em galpões. Contudo, ele ressalta que nem todas as cooperativas estão equipadas adequadamente com a aparelhagem necessária para garantir a comercialização com a indústria.

O registro é visto como uma rede de proteção para os catadores, que saem dos lixões e passam a atuar em galpões de materiais recicláveis, com o apoio e equipamento necessário e incentivo da indústria. Estima-se que existem cerca de 1200 catadores em Aracaju atualmente, sendo que apenas 400 são registrados em cooperativas.

Município

De acordo com a procuradora, os consórcios públicos têm trabalhado nos últimos anos com mais afinco, sendo mais organizado e tendo um crescimento considerável, mas que é necessário um maior avanço. Mesmo assim, muitos municípios são alcançados, no que diz respeito a abraçar a causa das cooperativas. “Precisamos de mais adesão dos municípios e, cada vez mais, de uma melhor política pública”, disse.

Mas além disso, ela ressalta que a participação da sociedade é essencial. “Precisamos muito de um trabalho de conscientização ambiental da população, para aprender como gerenciar o lixo, sem descartar na natureza. Entender a importância da reciclagem nos municípios onde já existe e impulsionar a coleta seletiva no Estado como um todo”, falou Lívia Tinôco.

“A ideia da cooperativa é segregar o material da coleta seletiva, ou seja, que o trabalhador use apenas esse material”, complementou o representante do Movimento Nacional dos Catadores, Adriano Santos.

Mas segundo ele, não adianta que o trabalho seja feito sem que a população abrace a causa e entenda a importância de separar os materiais para as cooperativas com mais qualidade. “Essa política de educação ambiental deve existir desde as escolas, para garantir o acesso à coleta seletiva”, disse

Mais empregos

Para o representante do Ministério Público de Contas, Eduardo Côrtes, o registro desses profissionais contribui para gerar mais empregos e renda, além de estar recuperando o processo ambiental do estado.

“O fortalecimento desses profissionais, trazendo mais organização ao trabalho que eles já realizam, além de dar maior dignidade, é fundamental. Estamos aqui para cobrar, junto com os consórcios públicos, que os demais entes públicos implementem esse trabalho”, disse o procurador.

* Estagiário sob supervisão da jornalista Fernanda Araujo.

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