Tomar banho, lavar a louça, limpar a casa, fazer o almoço, essas ações  viraram um martírio diário para os moradores do bairro Lamarão, na zona Norte de Aracaju (SE). Já são pelo menos 15 dias em que  o abastecimento está comprometido nas torneiras das residências e estabelecimentos comerciais da região.

Para fazer as necessidades básicas, moradores relatam que recorrem ao que tem para comprar água mineral, até agora um dos poucos meios para ficarem abastecidos. Paliativos feitos pela Deso, como a disponibilização de caminhões-pipa para a região, não têm sido suficientes para atender a todos, segundo eles. 

"No final tarde de sábado o primeiro carro-pipa foi direcionado para um condomínio, o segundo formou uma fila gigantesca para poder pegar um balde de água, eu fui tentar, esperei na fila por 15 minutos, mas infelizmente não consegui. Está complicadíssimo, imagina quem tem criança e idosos em casa", disse o comerciante Jobson Oliveira.

O empresário, que possui um estabelecimento comercial na avenida Euclides Figueiredo, no bairro, conta que está sendo prejudicado há exatos nove dias sem ter sequer uma gota de água. "É preocupante porque trabalho com atendimento ao cliente e às vezes ele pede para utilizar o banheiro e não tenho como oferecer, e o mau cheiro atrapalha", reclama Jobson.

"Ligamos várias vezes para a Deso e mandaram que fizéssemos uma manifestação, e foi o que fizemos. Pedimos socorro. A Deso nos informou que no nosso bairro a rede estava fechada, devido a quê não sabemos ainda. Ficam mandando carros-pipa com água barrenta, a água chega entre meia noite e 3h da manhã, isso quando chega", afirma o morador Cláudio Souza, que participou de um ato de protesto na manhã desta segunda (8). 

A situação, conforme informações que alguns moradores disseram ter recebido da Companhia, teria sido causada depois de um problema encontrado na caixa d'água da rede de distribuição instalada no bairro Palestina, também na zona norte. A caixa chegou a ser parcialmente interditada, em fevereiro, devido a uma rachadura encontrada.

No entanto, há relatos que a situação é recorrente e que nos últimos dois meses está mais acentuada. "Antes ficava sem agua três, quatro dias, mas chegava 3h da madrugada e ficava até 6h, e dava para encher a caixa ou um reservatório pequeno; hoje passa dos dez dias. Agora a fatura da Deso chega impreterivelmente na data certa e se nós não pagarmos cortam nossa água", critica Jobson Oliveira.

Ao F5 News, a assessoria de comunicação da Deso informou que estão sendo realizadas intervenções no local para resolver o problema, mas que as causas ainda estão sendo apuradas.