Moradores da zona Norte de Aracaju fazem protesto contra ordem de despejo
Multa cobrada pela ocupação do terreno às pessoas pode ultrapassar R$ 7 mil Cotidiano | Por Saullo Hipolito 13/10/2020 09h55 - Atualizado em 13/10/2020 18h04No início da manhã desta terça-feira (13), cerca de 50 pessoas atearam fogo em pneus em uma parte da avenida General Calazans, no bairro Industrial, zona Norte de Aracaju, bloqueando o tráfego. A ação faz parte do protesto de 23 famílias que receberam ordem de despejo, mesmo residindo no local há mais de 20 anos.
Em posse de uma notificação, que chegou até os moradores no final da semana passada, da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), eles pediram a presença de assistentes sociais, para conferir a situação de perto, como também do governador Belivaldo Chagas e do prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, para que seja explicado para onde eles vão, se obrigados de fato a sair de lá.
Conforme a notificação oficial da SPU, as famílias terão que deixar os imóveis construídos em zona de preservação, às margens do rio Sergipe. No documento também é prevista multa mensal em valor equivalente a R$ 89,35 para cada metro quadrado das áreas aterradas ou construídas ou em que forem realizadas obras, cercas ou instalados equipamentos.
Ao ser calculado o valor que está sendo cobrado a um dos moradores que falou com a reportagem do F5 News, Maurício Lima de Jesus, o total exato é de R$ 7.658,19. Visivelmente emocionado com a situação, ele afirmou que não sabe o que fazer. “Eu sou pescador, a maioria aqui vive de pesca, por muitas vezes não ganho nem R$ 30 no dia, mesmo saindo de casa cedinho. É uma situação difícil, para mim e meus filhos, não tenho para onde ir”, afirmou Maurício.
Segundo ele, há um recurso na Caixa Econômica para a construção de casas para os moradores, prometida ainda na gestão de Marcelo Déda, mas nada foi feito. "Somos cadastrados, temos carteira de pescador, pagamos a energia. Mesmo que nos tirem daqui, que nos coloquem em algum local", afirmou.
Equipes da SMTT auxiliam o trânsito no local, a Polícia Militar e Corpo de Bombeiros acompanham toda a situação.
F5 News procurou a SPU, que ainda não respondeu ao pedido de esclarecimento sobre o caso. A Secretaria de Assistência Social de Aracaju também foi procurada, mas não retornou os questionamentos até o momento.





