Os ônibus que fazem o tráfego pela zona norte de Aracaju permanecem paralisados. Desde a semana passada, moradores dos bairros Japãozinho e Coqueiral estão sem o transporte público por conta da suspensão das atividades pelos motoristas das linhas que alegam falta de segurança.

Após um acordo com a Polícia Militar, os ônibus chegaram a circular pela região com a promessa de mais segurança por parte das viaturas militares, mas apesar do policiamento, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Aracaju (Sinttra), os motoristas e os cobradores voltaram a receber novas ameaças neste fim de semana.

De acordo com o líder sindical, Valtenes Porto, os motoristas foram avisados de que no Coqueiral ninguém paga passagem, o que levou o Sindicato a novamente recolher os veículos da linha 607 Santos Dumont/Mercado para a garagem.

“Na quinta a gente decidiu retornar, na sexta pela manhã os ônibus saíram e teve toda a segurança da PM. No sábado tinha segurança, porém, por incrível que pareça, os meliantes estudaram um determinado trecho que a polícia não estava presente, entraram no ônibus na área do Coqueiral e fizeram ameaças. Eles esperaram o ônibus passar pelo trecho do Japãozinho, que é um dos mais problemáticos e onde a polícia estava”, conta Porto.

O rodoviário explica que a polícia tem atuado junto com o sindicato para realizar ações de segurança, porém, isso não tem impedido atos criminosos. Representantes do sindicato, da Polícia Militar, Guarda Municipal, Polícia Civil, Secretaria de Comunicação do Estado e da SMTT estiveram reunidos, nesta segunda-feira (1), para tratar do assunto.

Na reunião ficou definido que a PM vai reforçar o policiamento, com mais rigor, juntamente com a Guarda Municipal dentro dos terminais de integração. A polícia deve deixar uma base móvel na região do Japãozinho e as viaturas ficarão circulando nas áreas consideradas de risco com o objetivo de inibir a ação dos criminosos e localizar os suspeitos que fazem ameaças e vandalismo nos ônibus.

Os motoristas e cobradores que trabalham na linha paralisada devem ainda decidir se retornam às atividades até o final da tarde desta segunda. 

Em nota, o Sindicato das Empresas de Transporte (Setransp) informou que outras linhas também têm enfrentado problemas para circular devido à recorrentes atos de vandalismo contra os coletivos, além de assaltos, ameaças aos motoristas e evasão de receita com pessoas pulando as catracas.

“São as linhas que atuam nas localidades: do Povoado Cardoso, Conjunto Parque dos Faróis, Conjunto Jardim, Bairro Santa Maria e Aquários”, informou o representante do setor. Ainda de acordo com o Setransp, as empresas têm buscado com a SMTT e às polícias o reforço de ações que garantam a segurança do serviço na região metropolitana.