Após discussões com a Prefeitura de Aracaju e com o Governo de Sergipe, moradores do bairro Jabotiana, em Aracaju, e de comunidades do município de São Cristóvão que margeiam o rio Rio Poxim, se reuniram nesta quinta-feira (22) com o prefeito da cidade, Marcos Santana, em busca de soluções definitivas para as enchentes e alagamentos nas regiões. Segundo o Município, avaliações estão sendo feitas para a elaboração de um plano de drenagem.

Foto: Heitor Xavier/Prefeitura de São Cristóvão

Durante o encontro, representantes das comunidades repassaram informações ao gestor municipal sobre as últimas reuniões tratadas com o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, e com o governador Belivaldo Chagas, além de apresentar as causas e os impactos socioambiantais que têm levado prejuízos à população.

Segundo o morador do Jabotiana Flávio Marcel, o avanço imobiliário desordenado, o assoreamento do rio Poxim e a destruição da natureza, entre outros elementos, têm potencializado as inundações durante o período de chuvas. Recentemente, a Prefeitura de Aracaju apresentou um estudo de macrodrenagem que apontou pontos críticos das áreas próximas ao Poxim e ações que podem solucionar o problema. 

"Queremos que São Cristóvão junte-se à Aracaju e ao Governo do Estado em um projeto único de macrodrenagem que já começou a ser discutido. Na última reunião, o governo pediu 60 dias para formular esse projeto e disse que iria adiantar o serviço de dragagem do rio com recurso próprio. Falta ainda colocar em prática e inserir a população nessa discussão, acho necessário garantir isso para não ficar somente na promessa. Se construir esse projeto de forma correta tem grandes chances de resolver as questões das enchentes, por enquanto está só no campo das ideias", relatou Marcel.

Apesar de considerar que a reunião foi positiva e que estão havendo avanços nas discussões, Marcel reiterou a necessidade de ações imediatas para conter o problema. Moradores do condomínio da Várzea Grande, antiga Estrada da Cabrita em São Cristóvão, cobram ações emergenciais que impeçam as enchentes. Segundo eles, o avanço imobiliário desordenado na região gerou impactos no local. De acordo com Marcel, o prefeito se comprometeu a formular um projeto de drenagem de São Cristóvão e se alinhar ao projeto maior do Governo e da PMA.

O prefeito Marcos Santana afirmou que foi iniciado um serviço hoje, fruto de um termo de cooperação entre as gestões de Aracaju e São Cristóvão, com o objetivo de realizar uma obra de elevação de uma pista para diminuir as possibilidades de enchentes naquela área.

"Fruto dessa cooperação, começou o trabalho na via para que seja efetuado o trabalho de elevação que vai servir como escoamento dos condomínios. Aquela era uma área rural e foi urbanizada exclusivamente com interesse empresarial há um tempo. Fizemos um acordo de cooperação com os empresários, que compreenderam a situação, estão custeando um estudo de macrodrenagem na área e vão trabalhar justamente nessa obra de elevação da pista que terá resultado imediato do ponto de vista de trafegabilidade", informou.

Na reunião, o prefeito disse ainda que a gestão está alinhada com o Governo do Estado e a Prefeitura de Aracaju na elaboração de um plano de drenagem e preservação da área. "Nenhuma atuação somente em Aracaju vai resolver plenamente a situação daquela área. É uma área em que não há separação física, portanto, os estudos precisam ser feitos. Do ponto de vista de São Cristóvão é necessário que seja feito imediatamente porque precisamos acessar os recursos que o governo estadual disponibilizou para que seja feito também no território de São Cristóvão. Para nós, o interesse da realização conjunta é também de São Cristóvão", ressaltou.

Os moradores esperam pela continuidade das reuniões, tendo em vista a necessidade de amadurecer o entendimento sobre as questões ambientais. "Se continuarmos nesse ritmo teremos mais avanço. Esperamos que os gestores se mantenham abertos ao diálogo e juntos chegaremos ao denominador comum", disse Marcel.

Audiência na Alese

Uma audiência sobre o assunto será realizada na Assembleia Legislativa (Alese), nesta sexta-feira (23) a partir das 8h no plenário da Casa Legislativa. Durante o evento será tratada a temática: “As causas e os impactos das enchentes no bairro Jabotiana e São Cristóvão”. A audiência terá a presença dos representantes das comunidades e terá como palestrantes a doutora professora de Geografia, Vera França, e a doutora professora de Arquitetura e Urbanismo, Sarah Alves França. Ambas da Universidade Federal de Sergipe (UFS).