Movimento “Não Pago” faz mobilização no Centro de Aracaju
Passeata quis mostrar a população que o aumento não tem fundamento
Cotidiano 07/02/2012 17h25

Por Silvio Oliveira

Palavras de ordem e cânticos da carochinha estilizados embalaram a manifestação promovida pelo Movimento “Não Pago”, realizada nesta terça-feira (7), no Centro de Aracaju. O ato público teve como o objetivo mostrar a população que o aumento na tarifa de ônibus (de R$ 2,25 para R$ 2,52) não tem fundamento e que foi discutido por um pequeno grupo de empresários.

A mobilização partiu do Terminal de Integração da Estação Rodoviária Luiz Garcia e seguiu pelas ruas da capital até o calçadão da rua João Pessoa. Os manifestantes –  em sua maioria integrantes do movimento estudantil – conclamaram a população a não pagar a taxa, e bravejaram que se não houve uma negociação, o Movimento pretende parar o transporte público de Aracaju.

“Esse é o primeiro ato em defesa de um transporte público de qualidade. Protocolamos na Procuradoria de Defesa do Consumidor um pedido de audiência pública para se discutir o transporte de Aracaju. Entendemos que transporte não é mercadoria”, afirmou Alex Pedrão, um dos líderes do Movimento “Não Pago”, antes de começar a passeata.

Para Zeca Oliveira, integrante do PSTU, o partido sempre apoia os manifestos do Mo

vimento “Não Pago”, por entender que o transporte público deveria ser estatizado e não uma mercadoria nas mãos de empresários. “O direito de ir e vir é da população e não é mercadoria. Entendo que o aumento beneficia um setor (empresários), que são bastante generosos em campanhas eleitorais. Parece até que é o momento de agradecer”, alfinetou.

Ao chegar entre os calçadões das ruas Laranjeiras e João Pessoa, a mobilização realizou um ato cênico para atrair os olhares dos transeuntes. No primeiro momento, o duelo fictício entre o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setransp) e o Movimento “Não Pago” finalizou com a derrota do primeiro, mas com bastante esforço. No segundo momento, o “Circular Sardinha” deu um tom de ironia ao protesto e logo em seguida o trombone foi franqueado para a população, que alfinetou os dirigentes do transporte público de Aracaju. “A gente paga caro, todos os anos a passagem sobe, e os ônibus continuam lotado, a frota velha, com lixo, barata e poucas linhas. É um absurdo”, protestou a vendedora Maria Tereza Cristina, que pega quatro conduções todos os dias.

Manifestação pacífica

Até o momento da manifestação em frente da Caixa Econômica Federal da rua João Pessoa, a Guarda Municipal e a Polícia Militar não precisaram utilizar do poder coibitivo. A mobilização foi pacífica, o que segundo, Alex Pedrão, significou também que a polícia entendeu que protestar é um direito expresso na Constituição e que os policiais e seus familiares também são usuários do transporte público.

O Movimento “Não Pago” vem realizando atos públicos e participou do Seminário de Mobilização Urbana realizado pela Prefeitura Municipal de Aracaju e distribuiu um Manifesto em Defesa do Transporte Público de Qualidade assinado pela Frente de Defesa do Transporte Público. Nesta quarta-feira, 8, o Movimento se reunirá em assembleia, às 17h, na sede do Sindisan, para definir o rumo das mobilizações.

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Detalhes da mobilização do Movimento "Não pago
     

 

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