MPF processa deputado por uso da Prefeitura de Itabaiana nas eleições
Pai e filho são acusados de criar 'Onda Azul' para impulsionar candidatura
Cotidiano | Por Fernanda Araujo 27/11/2018 11h45 - Atualizado em 27/11/2018 14h29

O Ministério Público Eleitoral processou Talysson Barbosa Costa, filho do prefeito afastado de Itabaiana Valmir de Francisquinho, pelo uso da máquina pública nas eleições. Eleito o deputado estadual mais bem votado neste ano pelo PR, o MPE o acusa de utilizar a Prefeitura de Itabaiana para alavancar e favorecer a sua candidatura.

Na ação ajuizada, o MPE afirma que tanto o pai como o filho se utilizaram da estrutura da prefeitura para impulsionar a candidatura. Até então totalmente desconhecido no estado, Talysson de Valmir obteve 42.046 votos (3,87% dos votos válidos) no primeiro turno. Nas investigações, ele teria sido beneficiado pela vinculação da cor, símbolos e slogans de campanha com a publicidade institucional e atos de governo.

Segundo a procuradora Eunice Dantas, a prefeitura chegou a fazer a entrega de viaturas da SMTT compradas pelo município e inauguração de obras no povoado Boa Sorte às vésperas das eleições com caminhadas e uso de bandeiras de campanha de Talysson, que foi condenado pelo TRE em mais de 20 representações eleitorais por abuso na propaganda.

“Começou com a criação da Onda Azul. A campanha dele era sempre com essa questão, todo mundo vestido de azul e ao mesmo tempo o município de Itabaiana se transformou em azul – canteiros pintados de azul, inauguração de obra com azul, o pai que sempre esteve nas propagandas eleitorais dele também vestido de azul”, afirma a procuradora.

Na ação, a Procuradoria da República aponta ainda que o deputado eleito não comprovou o pagamento de serviços prestados na campanha pelo advogado Romerito Oliveira da Trindade, corregedor da SMTT do município. Em outras irregularidades, Talysson teria usado veículos alugados por terceiros que também não foram declarados na prestação de contas, o que levou à prisão de cabos eleitorais às vésperas da eleição.

“Essas pessoas disseram que estavam fazendo ato de campanha naqueles veículos. Quando fomos investigar, um dos veículos estava locado em nome do irmão de Talysson, que também é réu, e outro em nome do proprietário de uma empresa que fornece ao município. De certa forma havia uma remuneração indireta, o empresário era pago por um serviço e tinha contrapartida de cooperar com a eleição”, conta Dantas.

Também foram processados o irmão, Thierisson Santos Costa; o advogado Romerito Oliveira da Trindade; o proprietário da empresa que participava das ações fraudulentas e o prefeito afastado Valmir de Francisquinho, preso na Operação Abate Final do Deotap, que apurou desvio de valores de taxas pagas no matadouro municipal e encontrou indícios de crimes eleitorais.

A ação ainda não impede a diplomação em dezembro, exceto se julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral que não tem prazo na legislação para analisar o processo. Se condenado, Talysson poderá ter o mandato cassado e ficar inelegível por oito anos.

À imprensa, Talysson informou que só irá se pronunciar sobre a ação após conversar com a assessoria jurídica, que ainda analisa a denúncia.

Foto: reprodução internet

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