Saúde
Municípios de SE não têm estrutura para lidar com Covid-19, aponta CNM
Secretaria da Saúde estima que 80% dos pacientes serão atendidos na rede básica
Cotidiano | Por Will Rodriguez 14/04/2020 14h15 - Atualizado em 14/04/2020 14h36

Nenhum dos municípios sergipanos, ouvidos pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), tem estrutura operacional adequada para enfrentar a pandemia do novo coronavírus. O dado integra uma pesquisa da entidade, que busca entender a dinâmica da doença pelas cidades brasileiras, como também as ações de resposta à crise sanitária. 

O estudo reuniu informações até o final do mês de março. Ao todo, 2,6 mil municípios responderam ao pedido de informações, o que corresponde a 46% do total de cidades brasileiras. Os gestores precisaram avaliar o planejamento básico de enfrentamento da pandemia, os recursos necessários, os investimentos em unidades de saúde e os equipamentos disponíveis.

A pesquisa também expôs preocupações como a insuficiência de rede de atenção à saúde aos pacientes acometidos pela Covid-19. Apenas 10,6% dos Municípios entrevistados informaram possuir uma rede de atenção à saúde estruturada para enfrentar uma possível epidemia da doença - nenhum deles em Sergipe, de acordo com a CNM.

No estado, conforme o levantamento, 91% das cidades decretaram situação de emergência por causa do coronavírus e todos já elaboraram um Plano de Contingência para um eventual surto de infectados. Todos os municípios ouvidos também disseram adotar campanhas educativas para orientar a população. 

O levantamento da CNM deve continuar e o próximo passo é mapear os leitos hospitalares em cada região. 

Estrutura

Com 45 casos confirmados até o final da manhã desta terça-feira (14), Sergipe é um dos estados com menor incidência da Covid-19 no país, de acordo com o Ministério da Saúde, mas a baixa testagem e a subnotificação de casos preocupam infectologistas ouvidos pelo F5 News.

A Secretaria da Saúde estima que 80% da população que for infectada pelo coronavírus tenha sintomas leves, ou seja, assintomáticos, por isso, são pacientes que devem receber atendimento nas redes básicas de saúde de cada município. Os demais 20% podem precisar de atendimento mais especializado com internação, seja em enfermaria para os casos mais leves, seja em UTI para os mais graves. 

A pasta informou hoje (14) que trabalha com um planejamento inicial de cerca de 400 leitos hospitalares para atendimento exclusivo a pacientes com a Covid-19. Desses, mais de 70 são de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), com maior concentração em Aracaju, mas instalados também em regiões de Saúde como Itabaiana, Lagarto e Estância, além da perspectiva de implantação ainda em Nossa Senhora da Glória.

Em Aracaju, a Prefeitura pretende montar um hospital de campanha no estádio João Hora com até 152 leitos de retaguarda. A administração municipal informou que aguarda a finalização do processo de contratação da empresa que fará a construção para divulgar detalhes do projeto.
 

Edição de texto: Monica Pintosh
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