Um total de 47 dos quase 200 índios da tribo Xocó, localizada no povoado Ilha de São Pedro, no município de Porto da Folha, alto sertão do estado, apresentaram anticorpos do novo coronavírus. Os resultados do inquérito epidemiológico por amostragem, feito a pedido da Secretaria de Estado da Saúde (SES), foram divulgados neste sábado (4), pela Universidade Federal de Sergipe (UFS).

Na comunidade indígena, 141 índios testaram como não reagentes para anticorpos do vírus, 34 apresentaram IgG + e  possivelmente estão curados, 10 estavam com IgM + e devem estar na fase inicial da infecção, 3 apresentaram IgM + e IgG +, indicando que podem estar em fase de recuperação, e 7 foram indeterminados.

O teste sorológico não detecta o coronavírus, mas sim os anticorpos que a pessoa produz ao ter contato com o vírus. Ainda assim, o resultado deve orientar as ações dos órgãos que cuidam da população indígena no sentido de prevenir a disseminação da covid-19. 

“O diagnóstico só é feito pelo médico com mais exames adicionais. Estamos tentando identificar o anticorpo IgG e IgM para SARS-COV-2. E não necessariamente o paciente que tem essa sorologia, tem que ser investigado a presença do vírus com métodos, como a biologia molecular, o RT-PCR. E com o médico chegar ao diagnóstico”, afirma o coordenador da força-tarefa de testagem da UFS, professor Lysandro Borges.

Cerca de 400 índios vivem na aldeia Xocó. Foto: Eugênio Barreto/Arquivo SEED

O primeiro caso de infecção pelo novo coronavírus na tribo foi confirmado no dia 12 de junho em um homem de 42 anos de idade. Atualmente, segundo a Secretaria de Saúde de Porto da Folha, são cinco casos confirmados da doença na população indígena.

De acordo com o líder da aldeia, Lucimário Apolônio Lima, o cacique Bá, as ruas da comunidade indígena estão mais vazias desde a confirmação do primeiro caso e o uso de máscaras foi recomendado para evitar a propagação do novo vírus respiratório.