As medidas de restrições à mobilidade adotadas pelo governo de Sergipe numa tentativa de frear o avanço da propagação da covid-19 tiveram pouca adesão dos sergipanos em termos de isolamento social no final de semana, conforme demonstra o monitoramento da plataforma InLoco, que usa dados de geolocalização para acompanhar os deslocamentos da população em todo o país.

Na sexta-feira (5), quando bares e restaurantes fecharam as portas às 18h e demais estabelecimentos de comércio e serviços passaram a limitar ainda mais a ocupação, o índice de isolamento ficou em 31,95%, o 11º mais baixo entre as 27 unidades da federação. No sábado (6), cerca de 38% dos sergipanos aderiram ao isolamento social. Já no domingo (7), o percentual de pessoas sem circular pelas ruas chegou a 46%, abaixo da média nacional de 48% no dia. 

Autoridades em Saúde em todo o mundo apontam que o distanciamento social é a melhor forma de mitigar o impacto da doença. Sem evidências robustas sobre tratamentos eficazes e com pouca disponibilidade de vacinas, essa e outras medidas preventivas, como o uso de máscara e a higiene frequente das mãos, por exemplo, seguem sendo a opção mais adequada para a população evitar as consequências mais sérias da pandemia de covid-19, que têm sido registradas em várias partes do país. 

Enquanto o isolamento segue em níveis muito abaixo dos 70% recomendado pela OMS, a pressão sobre o sistema de saúde só aumenta. Nesta segunda-feira, 529 pacientes estão internados. Na rede pública, a ocupação dos leitos de terapia intensiva chegou a 80% pela primeira vez no ano. Já nos hospitais particulares, 85% dos leitos de UTI estão ocupados, dois operam acima da capacidade e quem procura o atendimento de urgência também encontra dificuldades.

Mais de 155 mil sergipanos já receberam diagnóstico positivo da covid-19 e 3.023 deles tiveram a vida ceifada pela doença. Mais de 144 mil pessoas são consideradas clinicamente recuperadas no estado e cerca de 7 mil cumprem isolamento domiciliar.

Atualmente, o Laboratório Central tem 3.219 exames aguardando processamento para diagnóstico da infecção pelo coronavírus. Como a demanda segue alta, as medidas que limitam aglomerações  em comércios e serviços seguem em vigor pelo menos até o dia 21 de março; confira aqui.