No ritmo da batida: Grupo Batalá Sergipe segue tradição de 22 anos
Grupo de percussão exclusivamente feminino é especializado em música afrobrasileira
Cotidiano | Por Victória Valverde* 04/05/2019 16h00 - Atualizado em 06/05/2019 12h08

Quem frequenta o Parque da Sementeira, em Aracaju, por volta das 15h dos sábados pode ouvir um ritmado batuque de samba reggae tocado por um grupo de cerca de 45 mulheres de diversas idades. Trata-se do ensaio semanal do grupo Batalá Sergipe.

O Batalá Sergipe é um grupo de percussão exclusivamente feminino, especializado em música afrobrasileira, principalmente samba reggae. Suas apresentações são percussivas, enérgicas e altamente dinâmicas, com trajes coloridos e uma animada coreografia.

O grupo - formado em janeiro deste ano - está em processo de conclusão do repertório base e se reune todos os sábados na Sementeira para os ensaios. As participantes são niveladas e aprendem a tocar até quatro instrumentos de percussão: o surdo, a dobra, o repique e a caixa.

Empoderamento feminino

“Todo mundo tem a inspiração, o som do tambor vem do coração, gente de toda raça, gente de toda cor, eu sou Batalá, eu sou o tambor”. Através desse mantra, o grupo reforça seus valores de respeito mútuo por qualquer pessoa independentemente de raça, cor, religião, gênero ou qualquer outro critério.

De acordo com Katia Buarque, diretora do Batalá Sergipe, o objetivo principal é promover o empoderamento feminino através da arte da percussão, que é tradicionalmente dominada por homens.

As mulheres que participam do Batalá Sergipe aprendem o poder da sororidade feminina, têm a sua autoestima elevada e desenvolvem as respectivas habilidades musicais. O grupo é rico na sua diversidade. São muitas mulheres, vivências e sonhos mas, enquanto tocam, é como se todas fossem uma, o instrumento como uma extensão do corpo e a mesma batida no coração.

Ritmo internacional

O Batalá foi fundado no ano de 1997 em Paris, pelo músico bahiano Giba Gonçalves - que estudava composição e baixo no Conservatório de Paris  - e se espalhou pelo mundo todo. Hoje, o projeto está presente em 13 países e em 23 cidades, formando um grupo com mais de 2000 componentes. O nome faz referência à frase "bate lá" e ao orixá Obatalá, criador do mundo, dos homens, animais e plantas, de acordo com a religião do candomblé.

Brasília e Sergipe são os dois únicos lugares do Brasil onde existem o Batalá. Nas duas cidades, o projeto é formado apenas por mulheres, mas esta não é uma exigência em todos os países onde o projeto marca presença. Em janeiro deste ano, o Batalá Sergipe participou de um encontro mundial do projeto no vilarejo de Mutá, ilha de Jaguaripe, Bahia.

No evento, as mulheres receberam os instrumentos e iniciaram as oficinas de montagens. Os ensaios começaram no início de fevereiro. No encontro mundial, os participantes – cerca de 220 componentes de várias nacionalidades – se apresentaram no Pelourinho. Confira o evento no vídeo abaixo:

 

 

*estagiária sob a orientação do jornalista Will Rodriguez. 


 


 



 


 


 


 


 


 


 

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