O plano de recuperação das ciclovias da cidade de Aracaju deve atender as localizadas em cinco avenidas da capital. A medida foi anunciada pelo prefeito Edvaldo Nogueira e o superintendente municipal de Transporte e Trânsito, Renato Telles, nesta segunda-feira (19), Dia Nacional do Ciclista. O investimento é de cerca de R$ 100 mil, com recurso próprio, integrando o Plano de Mobilidade Urbana de Aracaju.

As ciclovias são alvos de reclamação antiga por parte de pessoas que utilizam bicicletas, universo  que cita problemas de deterioração nos espaços, como buracos e rachaduras, gerando o risco constante de se envolver em acidentes,  como já registrados. Na capital, conforme a ONG Ciclo Urbano, são em média de 15 a 20 mil ciclistas que circulam diariamente.

Segundo a SMTT, a obra vai contemplar as ciclovias mais deterioradas e de maior fluxo da cidade, nos corredores das avenidas Antônio Alves com a Beira Mar, que possui 5,2 km de extensão; a José Carlos Silva com extensão de 1,7 km; a Tancredo Neves de 6,7 km; a Marechal Rondon de 1,3 km e a Coelho e Campos com 1,3 km de extensão. A previsão é que o serviço comece na próxima quinta-feira (22) e seja executado em até três meses.

Serão realizados os serviços de substituição das placas de concreto com o corte e demolição do piso danificado, compactação do material da base e a colocação de um novo piso cimentado desempolado. Quanto à sinalização, serão instaladas placas (sinalização vertical) e pintura das setas, eixos e bordas (sinalização horizontal). 

"O atropelamento de ciclistas ocorre quando eles estão concorrendo com os carros, esse é o grande desafio. Nós vamos, com isso, estimular cada vez mais as pessoas a irem para as ciclovias. Com esse projeto estamos dando um passo muito importante para recuperar e trazer aqueles que deixaram de usar as ciclovias em virtude das muitas dificuldades que encontram hoje", declarou Edvaldo, ressaltando que as ciclovias estiveram sem manutenção por em torno de quatro anos.

O prefeito de Aracaju citou ainda que, no projeto de infraestrutura da nova via no bairro Japãozinho, a ciclovia está incluída na obra. "Além disso, nas avenidas que estão sendo transformadas em corredores, as ciclovias também estão sendo recuperadas. Todas as avenidas que fizemos nesta gestão em dois anos, como a Canal 3 (no Augusto Franco) e a avenida que fizemos no bairro 17 de Março, têm ciclovia", disse.

Para o representante do Ciclo Urbano, Waldson Costa, a medida atende à demanda dos ciclistas de forma parcial. Segundo ele, o plano vem como um paliativo após quase oito anos em discussões. No entanto, com as melhorias ele acredita ser um novo desafio de mobilidade para a prefeitura, quando deve aumentar o número de ciclistas.

"Existe uma demanda reprimida de mobilidade por bicicleta: pessoas que têm vontade de pedalar, mas não pedalam porque a infraestrutura não está boa. Consideramos que a PMA encare como um passo inicial para uma mudança total da infraestrutura. A gente sempre bate no martelo que a cidade ideal não é a que tem ciclovias, é quando a gente tem um compartilhamento viário do trânsito", afirma. 

Ainda segundo Waldson Costa, é preciso elaborar ações para a interligação das ciclovias, além de intensificar ações de infraestrutura viária. "É necessário pensar no ciclista não só quando ele está na ciclovia, mas quando ele está no bordo da via, que é quando ele é protegido pelo código de trânsito. A SMTT, com seus profissionais, tenha a capacidade técnica para que possa garantir que os ciclistas saiam de sua origem, até o seu destino, seguros", ressalta.