Onze mil famílias moram em acampamentos do MST em Sergipe
Morosidade e burocracia têm aumentado tempo para desapropriação
Cotidiano 23/09/2011 12h05

Por Sílvio Oliveira

A morosidade da Justiça e a burocracia do Governo Federal têm aumento o tempo para desapropriação de terras improdutivas em Sergipe. A constatação é feita pelo dirigente geral do Movimento dos Sem Terra em Sergipe, Esmeraldo Leal, ao tempo em que, por ordem judicial, transferiu nesta quinta-feira (22) 180 famílias da BR 101 (Japaratuba) para a SE 226 (povoado Maravilha, Capela).

Para se ter uma ideia, dois acampamentos aguardam há mais de 14 anos a desapropriação de fazendas em Capela e Riachão do Dantas. São mais de 11 mil famílias vivendo em situações de vulnerabilidade em acampamentos, aguardando a hora de ser assentadas. “São anos de luta. O impasse entre usineiros e acampados do Tinguí, localizado em Capela, é um dos mais antigos do Estado. Nós conseguimos comprovar que é improdutivo e virou disputa judicial. O acampamento Grotão, em Riachão do Dantas, também é um dos mais antigos”, afirmou.

E a situação está longe de ser resolvida, já que o volume de recursos repassados para reforma agrária ao Incra é insuficiente para dispor aos assentados os novos terrenos e moradias.

Em agosto, representantes do MST acamparam em Brasília e pediram mais agilidade e verba para o processo. “Dois ônibus saíram de Sergipe e participaram do acampamento. Serão liberados R$ 400 milhões para a reforma agrária e darão um alívio, mesmo assim, o tempo de espera em acampamentos tem aumentado”, enfatizou Leal, não sabendo precisar quanto vai ser disponibilizado para Sergipe. Porém, ele acredita que, como há inúmeras áreas de conflito em situação final, deverá ser disponibilizado um montante significativo para o Estado.

Quanto às questões pertinentes ao Governo de Sergipe, Esmeraldo Leal disse que há tramitação de um processo em Brasília, solicitando o retorno de um projeto de compras de terra, como já aconteceu anos atrás, quando o governo do Estado comprou terras no sertão sergipano e assentou 1.200 familias. “Se isso vingar, além do processo de desapropriação do Incra, teremos também a compra de terras”, informou.

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