Os empresários Joel do Nascimento Cruz e Gildo Pinto dos Santos, alvos da Operação Leak, investigados por lavagem de dinheiro, se entregaram à polícia no final da manhã desta segunda-feira (25). Os dois prestaram depoimento no Departamento de Crimes contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap).

Eles eram considerados foragidos da Justiça desde o cumprimento da prisão do prefeito de Lagarto, Valmir Monteiro (PSC), e do genro Igor Ribeiro, detidos preventivamente por suspeita de integrar um esquema de lavagem de dinheiro que teria sido desviado da Prefeitura do Município. O gestor municipal está custodiado no Presídio Militar (Presmil) e Igor, na 8ª Delegacia Metropolitana.

A investigação do Ministério Público de Sergipe (MP) é um desdobramento da apuração sobre o desvio de recursos do matadouro municipal, que levou ao afastamento de Valmir Monteiro em novembro do ano passado. Os investigados são apontados como sócios da empresa JML Atacadista, que seria de propriedade do prefeito e envolvida no esquema.

Os empresários chegaram ao Deotap em uma caminhonete branca por volta das 11h30 juntamente com dois advogados. A imprensa não teve acesso. Eles foram ouvidos pelo promotor Bruno Melo, diretor do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), e posteriormente, conduzidos ao IML para fazer exame de corpo de delito. Em seguida, eles ficarão custodiados na 1º Delegacia Metropolitana.

Um dos advogados dos empresários disse à imprensa que vai sustentar provas de que eles não têm participação no esquema e de que a empresa não é propriedade do prefeito de Lagarto. A defesa do prefeito e do genro entrou com recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que os réus respondam em liberdade. Os advogados alegam que a prisão não era necessária.

Desde novembro passado, a vice-prefeita de Lagarto, Hilda Ribeiro, assumiu a administração municipal de forma interina no lugar de Valmir Monteiro, afastado por decisão judicial do cargo pelo prazo de 180 dias ou até que as investigações fossem concluídas. Agora, a informação é de que a Prefeitura deve esperar o prazo regulamentar de dez dias para que a vice-prefeita volte a assumir o cargo.

Os promotores pretendem concluir a análise da documentação apreendida na Operação Leak até o meio da próxima semana para, posteriormente, oferecer denúncia contra os investigados, pedindo novamente o afastamento do prefeito Valmir Monteiro.

*Com informações da TV Sergipe