Paciente passa por transplante de medula e pode estar livre do HIV
Se confirmado o caso, este pode ser o segundo paciente do mundo a ser curado Cotidiano | Por Saullo Hipolito* 05/03/2019 19h14Após mais de uma década, uma nova notícia parece dar um novo fio de esperança às pessoas que vivem com HIV no mundo. Cientistas de um consórcio europeu afirmaram nos últimos dias a existência de um novo paciente que pode ter sido curado da infecção pelo vírus da Aids. Após o sucesso, pesquisadores afirmam que, apesar de difícil, a cura é possível.
A expectativa é de que os investigadores publiquem o seu relatório ainda nesta terça-feira (5) na revista Nature, segundo informações dadas a revista, o paciente – que não foi identificado – interrompeu o seu tratamento com os antirretrovirais por 18 meses e não teve sinais de retorno do vírus. Alguns detalhes também devem ser apresentados na Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas em Seattle.
Publicamente, os cientistas estão descrevendo o caso como uma “remissão” a longo prazo. Em entrevistas, a maioria dos especialistas o chamam de cura, com a ressalva de que é difícil saber como definir a palavra quando há apenas dois exemplos conhecidos. Ambos os marcos resultaram de transplantes de medula óssea em pacientes infectados. Mas os transplantes, que são considerados agressivos, foram destinados a tratar o câncer nos pacientes, não o HIV.
“Isso vai inspirar as pessoas que a cura não é um sonho”, disse ao The New York Times, a virologista do Centro Médico da Universidade de Utrecht, Annemarie Wensing. “É alcançável.”
O paciente que está sendo identificado como “paciente de Londres” afirmou ao site americano que nunca pensou que haveria cura durante o período de vida dele. “Sinto-me responsável por ajudar os médicos a entender como isso aconteceu para que eles possam desenvolver a ciência”, disse ele à reportagem por email.
O primeiro homem curado pelo HIV com o transplante de medula foi Timothy Ray Brown, que hoje tem 52 anos e mora em Palm Springs, Califórnia. Após o seu caso, outras pessoas foram testadas, mas sem sucesso. O vírus voltava ao corpo dos pacientes de forma mais severa.
“Todo mundo acreditava que, após o paciente de Berlim, você precisava quase morrer, basicamente, para curar a HIV, mas agora talvez não mais.” disse Ravindra Gupta, virologista da University College London, que apresentou as descobertas na reunião de Seattle.
Lista
O estudo dos cientistas acontece no Wensing é co-líder do IciStem, um consórcio de cientistas europeus que estudam transplantes de células-tronco para tratar a infecção por HIV. O consórcio é apoiado pela Amfar, a organização americana de pesquisa sobre a Aids.
O que chama a atenção é que até agora, os profissionais estão rastreando 38 pessoas infectadas com HIV que receberam transplantes de medula óssea, incluindo seis de doadores sem a mutação.
O paciente de Londres é o número 36 da lista. Outro, o número 19 da lista, conhecido como “paciente de Düsseldorf”, foi parou de tomar drogas anti-HIV há quatro meses. Detalhes desse caso serão apresentados na conferência do final desta semana.
Os cientistas do consórcio analisaram repetidamente o sangue do paciente em Londres em busca de sinais do vírus. Eles viram uma indicação fraca de infecção contínua em um dos 24 testes, mas dizem que isso pode ser o resultado de contaminação na amostra.
O teste mais sensível não encontrou nenhum vírus circulante. Anticorpos contra o HIV ainda estavam presentes em seu sangue, mas seus níveis diminuíram ao longo do tempo, em uma trajetória semelhante à observada em Brown.
Nada garante que o paciente de Londres esteja sempre livre de risco, mas as semelhanças com a recuperação de Brown oferecem razões para otimismo, disse Gupta. “De certa forma, a única pessoa a comparar diretamente é o paciente de Berlim”, disse ele. “Esse é o único padrão que temos no momento.”
Brown diz que está esperançoso de que a cura do paciente de Londres seja tão durável quanto a dele. “Se algo aconteceu uma vez na ciência médica, isso pode acontecer novamente. Eu estou aguardando ter uma companhia há muito tempo.”
Fonte: The New York Times
* Estagiário sob supervisão da jornalista Aline Aragão.


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