Saúde
Parasita identificado em Sergipe acende alerta para o calazar
Estado já registrou mais de 40 casos e duas mortes por calazar este ano
Cotidiano | Por F5 News 04/10/2019 07h05 - Atualizado em 04/10/2019 19h11

A identificação de um parasita que infectou ao menos 150 pessoas em Sergipe já deixa em atenção a rede hospitalar para os casos da leishmaniose (calazar), doença com sintomas bem semelhantes. O micro-organismo, identificado pela primeira vez há quase dez anos, provoca uma doença que atinge o baço, o fígado e causa feridas na pele, podendo gerar ainda sangramentos em casos mais graves. Ele vem sendo estudado por pesquisadores de três universidades do país.

De acordo com a Secretaria da Saúde de Sergipe, 43 casos de calazar foram registrados em todo estado de janeiro a setembro deste ano, com quatro mortes. Em todo o ano passado, ocorreram 68 casos da doença e nove pessoas faleceram. 

A nova doença, no entanto, já é considerada mais grave e resistente ao tratamento, tendo dois óbitos confirmados em Sergipe. O pesquisador Roque Pacheco Almeida, da Universidade Federal de Sergipe (UFS), um dos responsáveis pela identificação do parasita, afirma que casos graves de calazar que exigem internamento em UTI e não respondem aos tratamentos têm se tornado mais frequentes. Mas, para ele, ainda não é possível dizer que esses são casos de contaminação pelo parasita.

“Atualmente, não temos ferramentas para dizer imediatamente. A gente ainda não consegue fazer isso direto no paciente. Quando o recebemos, temos tratado como calazar e só depois teremos essa confirmação se era ou não”, afirmou Almeida.

Os pesquisadores esperam em breve conseguir descrever o novo parasita e nomear a nova doença. “Queremos entender a extensão disso e de onde apareceu esse parasita, se foi uma mutação. Tem uma linha grande de pesquisa para a gente investigar. Também queremos ver, geograficamente, para onde está se expandindo o parasita”, disse Almeida.

As investigações iniciais a respeito do micro-organismo foram publicadas no começo desta semana na revista científica Emerging, por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade de São Paulo (USP-Ribeirão Preto) e da UFS.

Leishmaniose

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 50 mil e 90 mil pessoas adoecem todos os anos com leishmaniose visceral. Dos casos registrados na América Latina, 90% ocorrem no Brasil. Ela é transmitida ao homem pela picada de fêmeas do inseto infectado, conhecido popularmente como mosquito palha ou birigui. 

A transmissão aos insetos ocorre quando fêmeas do mosquito picam cães ou outros animais infectados e depois picam o homem, transmitindo o protozoário Leishmania chagasi, causador da leishmaniose visceral.

Segundo o Ministério da Saúde, esses insetos são pequenos e têm como características a coloração amarelada ou de cor palha e, em posição de repouso, suas asas permanecem eretas e semiabertas. Eles se desenvolvem em locais úmidos, sombreados e ricos em matéria orgânica (folhas, frutos, fezes de animais e outros entulhos que favoreçam a umidade do solo). 

No ambiente urbano, o cão é a principal fonte de infecção para o vetor, podendo desenvolver os sintomas da doença, que são: emagrecimento, queda de pelos, crescimento e deformação das unhas, paralisia de membros posteriores e desnutrição, entre outros.

Nos humanos, os sintomas da doença são febre de longa duração, aumento do fígado e do baço, perda de peso, fraqueza, redução da força muscular e anemia. Se não tratada, pode ser fatal.

*Com informações do Jornal Correio

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