Com a operação deflagrada nesta quinta-feira (4), a Polícia Federal conseguiu confirmar o desvio de quase R$ 1,8 milhão dos cofres de quatro municípios sergipanos por meio de contratos superfaturados que foram celebrados com o Instituto Sócio Educacional Solidariedade (Ises). No entanto, segundo a PF, outros seis municípios também são alvos dos investigadores. 

Primeira fase da operação em 2015. Foto: Arquivo F5 News

Essas contratações fraudulentas, conforme detalhou o delegado Márcio Alberto Gomes Silva em entrevista coletiva, ocorreram entre os anos de 2013 e 2015. Nessa fase da operação Acesso Negado, foram cumpridas ordens judiciais nos municípios de Frei Paulo, Macambira e Poço Redondo. Neles, a Polícia constatou um desvio da ordem de R$ 440 mil. 

Em novembro de 2015, quando foi deflagrada a primeira fase da operação, a Polícia Federal já havia identificado um prejuízo de mais de R 1,3 milhão apenas no município de Canindé do São Francisco, no alto sertão sergipano. Os nomes das outras cidades investigadas são mantidos sob sigilo pela PF. Ex-prefeitos, ex-secretários e integrantes das comissões de licitação de cada cidade estão entre os envolvidos. 

O esquema, que segundo o delegado da PF, é articulado por empresários com base nos estados da Bahia e Pernambuco, era replicado quase que de maneira idêntica em todas as cidades. 

"Era feita uma contratação montada e a organização sempre geria as Secretarias de Saúde, Educação ou Assistência Social. Existiam serviços prestados e a contratação efetiva de profissionais, mas havia também a contratação fantasma de pessoas físicas e jurídicas ligadas à organizacao criminosa", descreveu Márcio Gomes. 

A Polícia Federal pediu a prisão de investigados em todas as cinco fases da operação Acesso Negado, contudo, a 6ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Itabaiana/SE indeferiu as representações. 

Nenhum representante do Ises foi localizado para comentar o assunto. O F5 News está à disposição dos citados através do email jornalismo@f5news.com.br