Dez mandados de prisão preventiva e 62 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em nove estados do país na manhã desta quinta-feira (5) com a operação Gun Express da Polícia Federal. O objetivo é desarticular um grupo especializado na prática do crime de tráfico internacional de armas de fogo, acessórios e munições que teria investido R$ 2 milhões na compra de armamento, atuando há quatro anos. Empresas de fachada estariam envolvidas.

Em Sergipe, a operação foi realizada no município de Lagarto em apoio às equipes de Curitiba, no Paraná. Cerca de 310 policiais federais atuam na ação desencadeada ainda nos estados do Paraná, Bahia, Rio Grande do Norte, São Paulo, Paraíba, Santa Catarina, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.

As investigações tiveram início no primeiro semestre de 2018. Mais de 20 pessoas devem ser indiciadas.

Conforme apurado, a Polícia Federal identificou que armas de fogo estariam sendo remetidas pelos Correios, escondidas dentro de equipamentos de treino para artes marciais, como aparadores de chute, luvas e caneleiras. Segundo a polícia, um grupo de pessoas dos estados do Paraná, Bahia e Rio Grande do Norte atuava em associação na importação, guarda, remessa e transporte de armas de fogo, acessórios e munições, que teriam como destino diversos outros estados do país, com destaque para Bahia e Rio Grande do Norte.

A estimativa é de que o grupo remeteu e transportou, desde o ano de 2016, mais de 300 armas de fogo, investindo cerca de R$ 2 milhões na compra do armamento.

Ainda conforme a PF, foi identificado que parte do pagamento das armas era feito por intermédio de empresas de fachada controladas por suspeitos da Bahia e do Rio Grande do Norte para dar aparência lícita aos repasses financeiros feitos pelo sistema de transferências bancárias.

Na operação também foram realizadas apreensões de armamentos e acessórios escondidos em tanques de combustíveis de veículos, usados durante o transporte para alguns dos estados do Nordeste.

Estão sendo executados 27 bloqueios judiciais de contas bancárias e aplicações financeiras, bem como sequestro e arresto de bens de 26 pessoas físicas e uma pessoa jurídica, além da constrição judicial de dez veículos em nome de terceiros.

Seis medidas cautelares diversas da prisão, para outras pessoas envolvidas na investigação, foram decretadas. A PF afirma ainda que 28 pessoas devem ser indiciadas pela prática do crime de tráfico internacional de armas de fogo, lavagem de dinheiro, associação criminosa e falsidade ideológica.

Uma entrevista coletiva será concedida às 10h na Superintendência Regional da Polícia Federal em Curitiba (PR).

*Com informações da Polícia Federal em Curitiba/PR