Polícia Civil elucida homicídio que vitimou transexual em Socorro
Crime teria sido motivado por homofobia Cotidiano | Por Saullo Hipolito* 18/05/2018 11h25 - Atualizado em 18/05/2018 13h06A Polícia Civil, por meio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), encaminhou nesta quinta-feira (17) para a Justiça o caso de homicídio que vitimou a transexual Milane, 23, no loteamento Mariana, em Nossa Senhora do Socorro, Grande Aracaju. De acordo com a delegada Maria Zulnária, o parceiro matou a jovem por homofobia.
Após o relatório emitido pelo Instituto Médico Legal (IML), ficou constatada a morte por asfixia mecânica ou sufocamento. Segundo a delegada, Marcos Paulo dos Santos, 28, que era companheiro da vítima durante sete meses, primeiramente negou que havia participado o crime. Afirmou, em depoimento, já ter encontrado o corpo dela no chão de casa, quando buscou ajuda de familiares em Itaporanga D’Ajuda.
Após investigação, ficou constatado que Milane sofria diversas agressões físicas de Marcos Paulo, mas nunca havia registrado ocorrência junto à polícia. Na sexta-feira da paixão, segundo depoimento de testemunhas, a jovem foi espancada a ponto de ficar internada no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), por quatro dias, na ala vermelha.
A cada depoimento, a delegada Maria Zulnária afirmou que o então companheiro da vítima era chamado a depor, quando começou a contar versões diferentes. A partir de então, sua prisão temporária foi solicitada. Além disso, um amigo de Marcos Paulo também foi preso. Ele teria retirado o acusado do local depois do assassinato.
Após a prisão desse amigo, Marcos Paulo decidiu confessar parcialmente a autoria do crime. Segundo ele, um empurrão foi desferido na jovem, que caiu e apresentou crise convulsiva. Ainda de acordo com o suspeito, acreditando que ela estaria fingindo, jogou água no rosto dela, que não reagiu. O suspeito saiu da casa alegando uma simulação da crise convulsiva. “Diante de tantas mentiras, concluímos nossas investigações como ele sendo o autor. No mínimo ele teria sido omisso por não socorrer a moça, então indiciamos por homicídio qualificado e feminicídio pela condição de transexual que, vista como mulher, sofria violência doméstica”, afirmou a delegada Maria Zulnária.
Ainda de acordo com a delegada, vários depoimentos apontaram que, ao bater em Milane, Marcos Paulo gritava que gostava de mulher. “Nós acreditamos que a motivação foi a homofobia, porque mesmo estando com ela, ele dizia gostar de mulher. Então a brutalidade e o preconceito em conjunto foram a motivação”, disse a delegada.
O amigo de Marcos Paulo foi indiciado por favorecimento pessoal, a polícia não acredita que ele tenha participação ou coautoria no homicídio, mas favoreceu o acusado. A delegada disse que ele poderá ser liberado nas próximas horas.
*Estagiário sob supervisão da jornalista Fernanda Araújo.


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