Polícia conclui inquérito sobre morte de jovem em rio do Mosqueiro
Família da vítima não aceita, mas laudo do IML confirma morte por afogamento
Cotidiano | Por F5 News 23/07/2018 16h30 - Atualizado em 23/07/2018 16h50

Depois de quase três meses, a Polícia Civil concluiu nesta segunda-feira (23) o inquérito sobre a morte da jovem Kathellen Aila de Jesus Santos, 19 anos, vítima de afogamento no rio Vaza Barris, região do Mosqueiro, Zona de Expansão de Aracaju (SE), em 28 de abril deste ano.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Kássio Viana, do Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), não há o que contestar no laudo cadavérico emitido pelo Instituto Médico Legal (IML). Após concluir relatório, o inquérito será encaminhado ao Ministério Público.

“O laudo do IML só confirma o que foi apurado pela investigação, que a morte foi por afogamento. Como já tinha ouvido todas as testemunhas, estava só aguardando esse laudo, para concluir o inquérito e enviar ao Ministério Público", disse.

O delegado diz ainda que, como não foi contatado crime na ocorrência, ninguém será indiciado no inquérito, mas as irregularidades constatadas nos relatórios da Marinha poderão gerar um procedimento administrativo contra o dono da embarcação e, como consequência, ação civil dependendo da vontade dos familiares da vítima.

De acordo com o delegado, foram detectadas três irregularidades: a falta de combustível na embarcação, a quantidade de coletes insuficiente para a capacidade da lancha (eram sete passageiros e havia apenas seis coletes) e o fato de que o piloto da lancha, mesmo tendo permissão para pilotar, não estar com documento no momento do episódio.

“Mas nenhuma dessas irregularidades em nada contribuiu ou causou a morte da jovem, portanto não há responsabilidade criminal”, afirmou Kássio Viana.

Os familiares não ficaram satisfeitos com o resultado do laudo e querem levar o caso ao Ministério Público. “Não acredito que ela entrou na água por vontade própria”, disse a mãe adotiva, Zélia Correia Santos Oliveira.

A mãe biológica, Edinísia de Jesus Bastos, questionou a falta de fiscalização e de segurança no local. “Não é só o caso dela, quantos mais terão que morrer para que seja tomada alguma providência? Não vamos nos calar até ter certeza do que aconteceu”, antecipa.

Entenda

Segundo a polícia, a jovem não participaria do passeio na tarde do dia 28 de abril, mas alguém desistiu e cedeu o lugar para Kathellen, que chamou uma amiga. O ponto de encontro foi uma marina no Mosqueiro, na zona de Expansão de Aracaju, onde as duas jovens conheceram o restante do grupo. De lá, os sete jovens (três rapazes e quatro moças) seguiram pelo rio Vaza Barris em direção à Ilha dos Namorados. Como a correnteza estava forte, eles decidiram ficar na Praia do Viral. Por volta das 17h, com a maré mais calma, o grupo seguiu para a Ilha dos Namorados, ficando lá até o pôr do sol.

Ainda de acordo com os depoimentos, os problemas surgiram na volta, quando a embarcação ficou sem combustível, a cerca de oito metros da marina. Como estava perto, dois jovens decidiram ir nadando até a margem, para pedir ajuda. As moças ficaram na embarcação com um dos rapazes, mas a correnteza forte começou a empurrar a lancha. Kathellen teria dito que estava com vontade de urinar e com a ajuda do rapaz ela desceu e subiu novamente ao barco. Em um determinado momento, o celular da amiga de Kathellen caiu na água,  a moça teria ficado muito triste e Kathellen a consolou.

Depois de mais de uma hora à deriva, Kathellen teria pedido mais uma vez para urinar, o jovem disse que o local era perigoso e orientou que ela não entrasse na água. Nesse momento, a amiga de Kathellen estava de cabeça baixa, chorando por ter perdido o celular, os outros estavam distraídos do outro lado do barco e só ouviram o barulho da moça caindo na água.

A polícia diz que não houve contradição nos depoimentos, mas que ninguém soube dizer exatamente se a jovem desceu do barco ou se desequilibrou e caiu. Quando perceberam, ela já estava na água.

Nesse momento o rapaz pulou para ajudá-la e pediu que as outras moças jogassem a boia. Ele chegou a alcançar Kathellen, mas a correnteza continuava forte e eles foram arrastados. Até que ele não conseguiu mais segurá-la e a jovem desapareceu no rio.

O corpo de Kathelen foi encontrado na manhã do domingo (29), perto do local do afogamento.

 

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