As Polícias Militar (PM) e Civil comemoraram nesta manhã (26) o saldo positivo de cem dias sem registro de homicídios dolosos - quando uma pessoa mata a outra intencionalmente - no bairro Santa Maria, na zona Sul de Aracaju. De acordo com a polícia, esse é um resultado do trabalho conjunto e preventivo realizado na localidade.

"É um marco histórico para a segurança desse bairro e para Sergipe. Temos que começar a prevalecer essa cultura do não matar através de palestras, conselhos e cursos. Temos tirado muitos marginais que atuavam por aqui a partir de um trabalho preventivo", afirmou o coronel Neto, comandante do Policiamento Militar na capital.

O exercício da população em repassar, de forma anônima, informações importantes ajudou a polícia a investigar diversos casos. "Precisamos continuar trabalhando, contando com a ajuda e o trabalho fundamental também da população, porque segurança pública é um problema da sociedade, de todos nós em conjunto, precisamos resolvê-lo", disse o coronel Paiva, da PM.

Conforme informado pela delegada Thereza Simony, já é possível perceber algumas modificações no bairro. "Isso reflete na tranquilidade da comunidade, que está aprendendo a conviver com a paz. Essa aproximação das forças armadas com a sociedade, a questão do disque denúncia, como também a prisão de muitos criminosos, reflete nessa diminuição na insegurança da população", disse.

Residindo há pelo menos 15 anos no bairro, o autônomo Edson Silva confirma que percebeu a redução na criminalidade, mas cobra mais efetividade para que todos fiquem seguros. "Para quem tem filho, como eu, que tem que sair de casa todos os dias para ir à escola, é um registro bem importante, a gente passa a ter mais confiança", afirmou.

De acordo com a delegada Thereza Simony, o objetivo agora é focar em outros trabalhos sem deixar de continuar o em curso no Santa Maria. "É uma tendência, a delegada geral, Katarina Feitosa, tem esse projeto de extensão do trabalho, que é importante e traz tanta paz e tranquilidade para a sociedade", salientou.

Segundo o coronel Paiva, homicídio doloso ainda é o tipo de crime que precisa ser mais combatido, pois ele tira a vida também de inocentes. "É evidente que a maior quantidade de vítimas desse crime no estado são pessoas ligadas ao crime, que de alguma forma criaram as circunstâncias que levaram a sua própria morte, mas isso não importa, são cidadãos que merecem a tutela, a segurança e proteção do Estado", afirmou.

Ele ainda reforçou a importância da atuação inteligente, pela qual as polícias buscam antecipar, e assim evitar, os crimes. Outro trabalho que deve continuar, de acordo com o coronel, é o chamado 'formiguinha', que conta com a atuação do policiamento ostensivo na comunidade para criar uma aproximação confiável.

"O cidadão precisa entender que é um trabalho em conjunto, de todos, o Disque Denúncia 181 é muito importante nesses casos, para que a gente possa investigar e se antecipar aos crimes", disse.