Saúde
Por meio de parcerias, Saúde de Aracaju ampliará oferta do DIU no SUS
Mulheres em idade fértil e com condições ginecológicas favoráveis podem usá-lo
Cotidiano | Por Agência Aracaju Notícias 14/09/2020 16h40

Entre os métodos contraceptivos, o Dispositivo Intrauterino (DIU) é tão eficaz quanto a pílula e também é ofertado pelo Sistema Único de Saúde. Na capital, para ter acesso ao procedimento de inserção do DIU, a mulher deve inicialmente buscar sua Unidade Básica de Saúde para ser orientada sobre os métodos existentes e passar por uma avaliação prévia. Após essa etapa, optando pelo método, ela será encaminhada para o Centro de Atenção e Assistência à Saúde da Mulher (CAASM), localizado no Cemar Siqueira Campos.

“Em todas as 45 Unidades Básicas de Saúde temos profissionais habilitados para prestar ao casal informações sobre planejamento reprodutivo. Dispomos de vários métodos contraceptivos hormonais, pílulas e injetáveis; os métodos de barreiras, com os preservativos masculino e feminino; laqueadura e vasectomia; e temos o DIU. Quando a gente fala em planejamento reprodutivo, é importante que a gente dê a oportunidade àquela pessoa, de escolher. Nós, enquanto profissionais de saúde, orientamos o melhor método de acordo com o perfil, a idade, condição de saúde, mas a pessoa tem o direito de escolher”, orienta a coordenadora do CAASM, Cristiani Ludmila.

Além do serviço que já é ofertado pelo SUS Aracaju, por meio do convênio entre a Secretaria Municipal da Saúde e a Maternidade Santa Isabel, será iniciado o movimento de incentivo do uso do DIU no pós-parto e pós-aborto. A estratégia tem como objetivo contribuir para a redução das taxas de mortalidade materno infantil e um melhor planejamento reprodutivo. Durante o acompanhamento do pré-natal, realizado nas Unidades Básicas de Saúde da capital, as gestantes receberão todas as informações sobre o método e o nível de eficácia do Dispositivo Intrauterino (DIU).

“Após a inserção do DIU pós-parto, essa paciente é encaminhada ao CAASM, para um acompanhamento com o ginecologista. Como o corpo e, principalmente o útero, está num processo de readaptação, é fundamental que ela tenha esse acompanhamento para nos certificarmos que o procedimento correu normalmente”, explica Cristiani Ludmila.

Método seguro
O Dispositivo Intrauterino é um método contraceptivo não-hormonal, que pelo SUS é ofertado o DIU de cobre. Mulheres em idade fértil [que já tiveram filhos ou não] e condições ginecológicas favoráveis estão aptas a receber o dispositivo, que é implantado via colo do útero, com validade máxima de dez anos, podendo ser removido a qualquer momento.

“O DIU é um método com percentual de eficácia semelhante ao da pílula anticoncepcional, em torno de 99%. Com uma grande vantagem sobre a pílula, porque os efeitos colaterais são incomparavelmente menores e não tem um risco da mulher esquecer, já que ele é um método de longa duração. Vale lembrar que o DIU, como qualquer outro método contraceptivo, não previne contra infecções sexualmente transmissíveis. O ideal é que essa mulher com o dispositivo também use o preservativo”, salienta Cristiani.

Ainda de acordo com Cristiani Ludmila, no Brasil, a adesão ainda é discreta, assim como a crença em alguns mitos. “Diferente do que algumas pessoas imaginam, o DIU não causa câncer e não é um método abortivo, porque ele não permite nem que aconteça a fecundação. Outra questão que muitas delas ficam receosas é com relação aos primeiros meses, onde em alguns casos, o fluxo e as cólicas aumentam. É um processo de adaptação do organismo, quando isso ocorre, após esse período, o fluxo e as dores se normalizam”, destaca.

Entretanto, para adesão ao método, existem algumas contraindicações. Mulheres com suspeita de gravidez, má formação uterina ou com alguma infecção vaginal não devem receber o dispositivo. Nesse sentido, é essencial que a mulher tenha certeza da não gestação, e apresente na Unidade Básica de Saúde o exame preventivo de câncer de colo do útero realizado em até um ano.

Demanda e parceria com o HU
“O serviço nosso não é porta aberta, é sempre referenciado. A mulher vai até o posto de saúde, conversa com o médico, enfermeiro ou assistente social, e esse profissional vai agendar uma consulta via sistema. Ela vem para um dos nossos médicos aqui do CAASM, passa por uma nova avaliação e a depender da situação, o DIU já é colocado no mesmo dia”, explica a coordenadora do CAASM, dizendo que já esse mês de setembro, no ato do procedimento, será utilizado um termo de consentimento, com todas as orientações.

Após a inserção do dispositivo, fica agendada uma avaliação, que deverá acontecer entre 30 e 60 dias. “Depois disso ela fica fazendo uma avaliação anual, na própria Unidade Básica, junto à avaliação ginecológica, com o médico ou enfermeiro da unidade. Se tiver qualquer problema, ela é encaminhada para o CAASM”, complementa Cristiani.

Por conta da pandemia, o serviço esteve suspenso temporariamente, sendo retomado de forma gradativa no mês de maio, e a partir do mês de agosto com o quantitativo regular de pacientes.

“Esse ano, a gente percebeu uma procura maior, e por conta da pandemia ficamos com uma pequena fila. Durante os primeiros meses da pandemia a gente priorizou o que não poderia parar, que é o pré-natal de alto risco. Por conta da pausa estamos com algumas mulheres na fila, mas o serviço foi retomado e estamos dando seguimento para zerar essa lista de espera”, informou a coordenadora do Centro de Atenção à Mulher.

Para otimizar ainda mais esse serviço, a Secretaria Municipal da Saúde está firmando parceria com o Hospital Universitário para que as usuárias da rede de saúde da capital também sejam atendidas lá. “O encaminhamento deverá ser diretamente da UBS para o HU. Estamos elaborando uma nota técnica, juntamente com o Programa de Saúde da Mulher, detalhando tudo para os profissionais”, afirma Cristiani Ludmila.

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