Após a recente notificação do Ministério da Saúde quanto a um possível surto de dengue em Sergipe e mais dez estados brasileiros, a Prefeitura de Aracaju realizou uma coletiva de imprensa junto com a Secretaria Municipal da Saúde para informar que dará mais ênfase ao Plano de Intensificação de Combate ao Aedes aegypti, implantado em 28 de junho de 2019.

Aracaju atualmente tem um índice de infestação considerado baixo (0,9) pelos parâmetros do Ministério da Saúde, sem a existência de áreas de alto risco, como havia sido detectado no Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) de novembro.

“Continuamos com o mesmo trabalho, não vamos diminuir, pelo contrário, aumentaremos o ritmo, focando no trabalho da coleta de pneus, reforçar o trabalho junto com as empresas que coletam lixo, dar seguimento às visitas domiciliares noturnas e todos os outros meios que se mostraram eficientes. Acredito que se esse trabalho contar com o engajamento da sociedade de forma efetiva, poderemos evitar o surto de dengue que foi alertado”, afirmou o prefeito Edvaldo Nogueira.

Esse foco no trabalho dos depósitos domiciliares é justificado por ele ser o único índice que sofreu acréscimo entre o intervalos dos LIRAas, tendo em vista que em novembro de 2019 o percentual atingia 22,4 e neste divulgado em janeiro subiu para 31,9.

Bairros com médio risco

Se comparado o LIRAa de janeiro de 2020 ao mesmo mês do ano passado, é identificada uma queda de 25% nos casos de dengue, uma vez que, em janeiro de 2019, a capital sergipana registrou 1,2 de índice no levantamento. 

Outro dado bastante relevante apontado no primeiro LIRAa de 2020 é que o percentual de criadouros para o Aedes aegypti também mudou. Mais de 95% dos focos estão dentro das residências. Destes, 65% foram encontrados em reservatórios de água (lavanderias, tonéis, caixas d’água), enquanto que o restante em outros depósitos domiciliares, a exemplo de vasos de plantas, ralos e lajes.  No último LIRAa de 2019, 2% das larvas eram encontradas em locais com acúmulos de lixo. No atual levantamento, foram registrados 2,2% de focos nesses locais.

Mesmo com o trabalho considerado satisfatório pela Gestão Municipal, há de se chamar a atenção para localidades de Aracaju que ainda apresentam médio risco de infestação. Atualmente, 44% dos bairros aracajuanos (um total de 19) apresentam esse índice ainda perigoso, com ênfase para Palestina (2,9), Pereira Lobo (2,6), Salgado Filho (2,4) e Capucho (2,2), setores da cidade onde há grande densidade populacional.

“Os agentes de comunitários de saúde e de endemias têm um trabalho diário, com um número específico de casas para visitar. Deve ser feito um trabalho de conscientização, que é passado por eles. A dengue é complexa e não escolhe classe social”, disse Edvaldo. 

Mais trabalho

A expectativa é que ao longo deste ano sejam realizados mais seis levantamentos pela Prefeitura. O trabalho ocorrerá a cada dois meses, seguindo a orientação do Ministério da Saúde, com objetivo de verificar o índice de infestação do mosquito nos bairros da capital. Durante as coletas do LIRAa, serão visitados os imóveis de cada região da cidade, a fim de detectar larvas do Aedes aegypti. Amostras delas serão coletadas e encaminhadas ao laboratório no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), que confirma se realmente são do Aedes.

Com base nos resultados de cada levantamento, a Prefeitura norteia as estratégias de combate ao mosquito, intensificando as ações nas localidades em que os índices se mostram elevados.

Em 2019 foram realizadas 919.308 visitas em domicílios, 23.058, em terrenos baldios e 8.863 em pontos estratégicos. Também foram feitas 24.388 visitas noturnas, de julho a dezembro, em 28 bairros. Com relação ao Fumacê Costal, foram realizadas aplicações em 37 bairros, durante 174 dias.

*Com informações da Prefeitura de Aracaju