Educação
Presidente da Capes diz que programas de pós-graduação passam por "ajustes"
UFS indica possibilidade da medida intervir em 35 bolsas de mestrado
Cotidiano | Por Fernanda Araujo e Saullo Hipólito 08/06/2019 07h45 - Atualizado em 10/06/2019 10h12

Mais de 2,7 mil bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado serão retidas de cursos de instituições de nível superior do país que tiveram conceito 3, nota abaixo da média preconizada pelo Ministério da Educação (MEC). A medida, anunciada na última terça-feira (4), já deve interferir em universidades do estado de Sergipe.

Segundo a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior (Capes), o congelamento não é de imediato, vale para bolsas que seriam futuramente concedidas e não afeta quem atualmente recebe o benefício. Em entrevista ao F5 News durante um evento na Universidade Tiradentes, em Aracaju, o presidente da instituição, Anderson Ribeiro, não trata o assunto como corte de verbas, mas denomina a ação como uma medida de ajuste.

"Não estamos cortando verbas, estamos fazendo ajustes e aqueles programas que não atingem uma boa produtividade não terão suas bolsas renovadas ou conseguirão novas bolsas", disse Ribeiro. O ajuste, segundo ele, representa 6% das bolsas de pós-graduação - "os outros 94% que têm produtividade estão sendo renovados", disse. Serão retidas: 2.331 bolsas de mestrado, 335 de doutorado e 58 de pós-doutorado, significando uma redução de R$ 4 milhões em 2019 e, até 2020, de R$ 35 milhões.

Novos congelamentos ainda podem ser discutidos, segundo o presidente da Capes, o que vai depender do recuo ou da evolução da economia do país e das decisões políticas no Congresso Nacional, sobre os projetos econômicos do Governo. "Só se a situação retornar é que teremos outros ajustes. A gente vai acompanhar o desenrolar dos acontecimentos, se tivermos bons resultados políticos, no Congresso, novas reformas, a gente consegue rever essa medida", afirmou.

A Universidade Federal de Sergipe (UFS), atualmente com 230 bolsas de mestrado, já indica a possibilidade da medida intervir em 35 delas. Segundo o reitor da UFS, Ângelo Antoniolli, que ainda avalia a questão com a entidade e o impacto na instituição, apesar das bolsas não serem imediatamente retidas, o número é significativo e o futuro ainda é incerto.

"Os programas vão ter que repensar suas políticas de desenvolvimento. O que nós estamos agora avaliando é o que significa isso internamente e quando essa medida vai afetar diretamente a Universidade. O programa vai perder a cota da bolsa no futuro, o que devemos discutir agora é: como vai ficar o futuro? Acho que esse congelamento deve ser avaliado nos próximos dias e devemos identificar o que significa isso ", declarou o reitor, ressaltando ser necessário um debate com as instituções.

Para o reitor da Unit, Jouberto Uchôa, o debate sobre o assunto deve ser travado pelas instituições de ensino e sair do campo político. 

"O problema é menos política e colocar para julgar o assunto quem é do ramo, quem é educador. Não se pode tirar [verba] da educação e colocar em outros setores que não representam muito a nação. Quem mais traz essa representatividade para a nação é a inteligência, a pesquisa, a educação é capaz de formar valores e fazer riqueza tanto para o estado, quando para o país", ressaltou.

 

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