Projeto Praia para Todos incentiva assistidos a superar limites
Estrelas do Mar assiste cerca de 130 pessoas com deficiência ou em vulnerabilidade Cotidiano | Por Agência Aracaju de Notícias 24/05/2019 15h20 - Atualizado em 24/05/2019 17h01Quando Jeferson Ferreira tinha apenas quatro meses de idade, seus pais descobriram que ele tinha paralisia cerebral. Apesar dos desafios e dificuldades enfrentadas, não faltou dedicação para fazer com que o garoto, hoje com 16 anos, se encontrasse e se sentisse parte do mundo como, de fato é.
Até um ano atrás, ele não tinha contato com o mar e as ondas eram estranhas para ele, a ponto de causar medo. Mas, tudo mudou quando ele ingressou na Organização Não Governamental (ONG) Estrelas do Mar, que, desde fevereiro do ano passado, recebe o apoio da Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal da Juventude e do Esporte (Sejesp), com o projeto Praia para Todos.
“Ele tinha muito medo de entrar no mar, afinal, até então, nunca havia tido um contato tão próximo. No primeiro dia, quando vi o medo que ele estava sentido, disse que não voltaríamos, mas, o pessoal da ONG o ajudou a vencer esse medo e, hoje, vejo meu filho entrando no mar com a maior felicidade. Eu nunca parei para pensar nas dificuldades da deficiência. Quando descobri a paralisia cerebral, me senti capacitada para cuidar dele, e posso dizer, com toda segurança, que consegui trazer meu filho até aqui e posso vê-lo se desenvolver cada dia mais. Antes, ele tinha os joelhos muito juntos, depois que entrou no Estrelas do Mar, ele anda, corre, joga bola e brinca no mar. Ver meu filho evoluir é a minha maior alegria e acredito que é por isso que é tão importante o apoio que a Prefeitura dá porque mais crianças podem ter a vida mudada como o meu filho teve”.
O relato de dona Eliene Ferreira, mãe do Jeferson, é um dos muitos que fizeram com que a gestão municipal olhasse para a ONG e encontrasse nela não somente um meio para investir, mas, para que, juntos, poder público e iniciativa popular, pudessem transformar realidades por vezes excluídas.
Em fevereiro de 2018, o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, lançou o programa Praia para Todos , uma parceria entre a gestão municipal, o Governo do Estado, o Ministério Público Estadual (MPE/SE), universidades, conselhos das pessoas com deficiência e a organização Estrelas do Mar, pioneira na realização das atividades de inclusão na praia. Com um investimento de R$ 67,7 mil, a Prefeitura adquiriu e doou para o projeto 30 pranchas de body board (15 delas adaptadas), dez cadeiras de rodas anfíbias, 50 camisas com proteção ultravioleta e protetor solar. Entretanto, os ganhos foram além do previsto.
“O Praia para Todos é um programa que muito nos orgulha em fazer parte, porque está democratizando o acesso à praia a pessoas com deficiência que, até então, não tinham tido contato com o mar e que, de alguma forma, estavam excluídas desse contato. É uma sensação de responsabilidade social. O Estrelas do Mar tem tudo a ver com a gestão, já que o desejo é humanizar cada vez mais a nossa cidade. Por isso, é fundamental incentivar e participar de ações como essa que nos mostra a importância de olhar para o próximo como semelhante”, ressaltou o secretário municipal da Juventude e do Esporte, Antônio Hora.
Antes do apoio da Prefeitura, o Estrelas do Mar assistia em torno de 70 pessoas, agora, são cerca de 130. Porém, a cada sábado em que o projeto é realizado na praia da Aruana, mais de 200 pessoas são mobilizadas, movendo uma corrente do bem que aguça, sobretudo, a empatia.
Idealizador do projeto, Byron Silva destacou que o projeto não cuida apenas de pessoas com algum tipo de deficiência, mas, também das que estão em situação de vulnerabilidade. “A inclusão é trabalhada em diversos eixos. Cuidamos da socialização como um todo. Aqui, se encontram pessoas com deficiência e sem, gente com o poder aquisitivo alto e baixo. Há o ganho físico, o fortalecimento muscular, por exemplo, o equilíbrio, o aumento da autoestima, mas, sobretudo, aguçamos o respeito às diferenças e todo mundo ganha com isso. As pessoas que vêm saem melhor. E o apoio da Prefeitura é fundamental. A gente só consegue fazer as coisas mobilizando todos os entes da sociedade. O município nos deu um aporte que fez com que ampliássemos as atividades. Só somando esforços é que realizamos algo de maneira plena”, considerou.
Quando Byron afirmou que as pessoas que chegam no projeto saem melhor, se referiu a todo o conjunto que faz parte da realização, como os voluntários, por exemplo, gente que dedica o seu olhar a uma causa em que, como muitos dizem, recebem muito mais do que dão. “Ser voluntário foi algo inevitável. Eu estava surfando com um amigo meu que é cadeirante e um amigo que já fazia parte do projeto chamou a gente. Aí eu fui estudando e, como eu já tinha um trabalho social, trouxe algumas pessoas para o projeto. A empatia aumentou muito mais e minha semana só é feita se eu estiver no projeto. Tem crianças que chegam e nunca entraram no mar. Tem umas que não faziam nada e puderam fazer algo no seu dia a dia. Temos histórias todos os dias. Tem uma criança que saiu do interior da Bahia para conhecer o projeto. Então, é isso que me move e é preciso ter essa visão de apoio que a Prefeitura teve. Lidar com tudo isso é difícil e quanto mais esforços reunidos, melhor e mais eficaz será”, frisou o voluntário Thiago Mércis.


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