Projeto social traz capoeira para a comunidade do bairro Santa Maria
Grupo promove a valorização e a desmistificação do esporte em comunidade de Aracaju Cotidiano | Por Victória Valverde* 28/04/2019 09h30 - Atualizado em 29/04/2019 07h23
“Você não sabe o valor que a capoeira tem”, diz uma das músicas regidas pelo toque do berimbau durante o treino do grupo de capoeira “Ação da Ginga”, participantes do projeto "Vida de Capoeira" em Aracaju (SE).
Os alunos organizam-se em uma roda e – entre palmas e acompanhamento musical – motivam aqueles que estão jogando no centro, com seus movimentos ágeis e explosivos.
Criado em setembro de 2018, o projeto é uma ação social que visa levar o esporte e a cultura para os moradores do bairro Santa Maria. O grupo conta hoje com cerca de 26 participantes. A maioria é criança, mas alguns adultos e até idosos da comunidade se viram atraídos pelo esporte.
Quem ministra as aulas do projeto é a professora Fênix Jaqueline, no salão público do condomínio Residencial Vida Nova Santa Maria. A atividade acontece sempre no final de semana, com alternância entre o sábado e o domingo. Dentro do grupo, pode-se observar uma grande camaradagem, fruto da interação social que o esporte proporciona. Os participantes gostam tanto da aula que, caso o local esteja sujo, eles se juntam um dia antes para limpar o salão.
De acordo com a professora, os benefícios do esporte podem ser vistos já depois dos primeiros encontros. As crianças, principalmente, tornam-se mais alertas, calmas e bem humoradas. A cada aula pode-se observar o desenvolvimento de cada um, seja no jogo, no âmbito musical, físico, comportamental e até nos estudos.
“Se os pais soubessem dos benefícios, eles incentivariam ao máximo seus filhos a praticar o esporte. É algo que transforma os jovens. Meu filho é praticante de Muay Thai e eu pude ver de primeira mão muitas melhoras na sua disciplina e bem-estar geral”, disse a professora Fênix Jaqueline.
Preconceito e desvalorização cultural
Mistura de arte marcial, esporte e dança, a capoeira é parte da manifestação da cultura popular brasileira, mas de raiz cultural africana. Rico e complexo, o esporte foi desenvolvido no Brasil na época da escravidão pelos africanos.
Apesar de ser um importante símbolo da miscigenação de etnias, ainda há um grande estigma que cerca a modalidade. Por estar ligado à cultura africana, o esporte sofre muito preconceito.
Muitos relacionam a capoeira com a religião do candomblé, até pelo fato de muitos praticantes mais velhos do esporte serem donos de terreiro, pela presença da musicalidade e da vestimenta branca. Apesar dos dois terem conexão com a cultura africana, são coisas bem diferentes.
Projetos sociais como o "Vida de Capoeira” são importantes para desmistificar a capoeira e valorizar algo que faz parte da cultura brasileira.
“Tem gente que diz que capoeira é de marginal, da macumba, eu já ouvi muitas coisas assim. Alguns pais não deixam as crianças participarem do esporte por isso. A capoeira traz benefícios para o corpo e para a mente na vida dos jovens. Ela deve ser incentivada”, alerta a professora Fênix Jaqueline.
*estagiária sob a orientação da jornalista Monica Pinto.


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