Proprietários de bares da Orla reclamam de abandono
Cotidiano 28/10/2011 12h25

Por Fernanda Araujo

Ao visitar a balaustrada da Avenida Beira Mar, nesta quinta-feira 27, o prefeito Edvaldo Nogueira (PC do B) comunicou que a Prefeitura Municipal de Aracaju fará obras para conter o avanço do mar, um investimento de R$ 5 milhões dos cofres públicos para a proteção das muretas postas no local.

Em contraponto, diante desse anúncio, proprietários de bares da Coroa do Meio reclamam que se sentem abandonados pela prefeitura.

“Se eles continuassem até os bares com esse molhe (barragem de pedras) do mangue do bairro 13 de julho que está parado, eles iriam proteger a gente aqui. Se o prefeito quisesse, faria essa proteção aqui, porque nós sozinhos não conseguimos", disse o comerciante Normando Bispo, informando que nesse ano perdeu quatro quiosques e teve que retirar oito para não perdê-los.

Na visão de Bispo, a PMA sabe da situação do local, mas não intervém porque não quer. "Eles estão deixando primeiro a maré tomar conta da nossa área, para depois quando chegar à casa desses ricos aí, protegerem, enquanto a gente perde tudo”, lamenta.
 
De acordo com o pai de um proprietário de bar, Silvinho de Jesus, os sacos de areia e as pedras não surtem efeito para conter a fúria do mar e prevê que, em no máximo dez anos, os bares das praias não vão mais existir. “Estamos aqui há 25 anos. Se fecha em um canto, a maré avança em outro, o certo é ver o que a maré quer, se a maré quer avançar, deixa ela avançar", defende.
 
"Não adianta colocar dinheiro público, é dinheiro perdido do governo e da prefeitura. Em 20 anos o mar avançou 10 metros, há cinco anos o mar derrubou cinco bares. A tendência é avançar ainda mais, como na Atalaia Nova e na Praia do Saco. A situação esta feia para nós, mas não adianta fazer investimento aqui”, disse.

Cliente em um dos bares da área, Adinail Vieira acredita que a Prefeitura deveria alocar recursos para outros setores. “Eu acho que isso é mais roubo, eles deveriam é investir na saúde e em educação. Eu sempre venho aqui, da outra vez o mar chegou a invadir um bar em que eu estava e mais uma vez eles colocaram os sacos de areia. Esses sacos de areia não resolvem nada. Todo ano é isso. Agora está piorando. O que tiver de derrubar, derruba. É a natureza tomando o lugar que é dela”.

Medida

A primeira medida a ser tomada será a contratação de uma consultoria, para que, nos próximos 90 dias, os técnicos façam uma análise completa da área, com a intenção de avaliar a possibilidade de realizar uma obra maior e definitiva. Segundo o prefeito, diante das visitas dos técnicos ao local, não há possibilidade de risco de desabamento. Isto porque desde 2010 é realizada pela Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb) uma manutenção preventiva da muralha, contra erosão.

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