Saudade e gratidão marcam velório de Tia Ruth na Avosos
O velório acontece na sede da Avosos até às 5h da manhã da sexta-feira. O corpo será cremado em Salvador
Cotidiano | Por Aline Aragão 13/09/2018 16h20 - Atualizado em 13/09/2018 20h09

O espaço que foi palco de alegria, festas e celebrações virou, na tarde desta quinta-feira (13), local de despedida da maior fundadora, Maria Ruth Wynne Cardoso, ou simplesmente Tia Ruth, 89. O velório está sendo realizado na sede da Avosos, no bairro Suíssa. Entre as pessoas que a conheceram de perto, as palavras mais pronunciadas são saudade e gratidão.

Para o presidente voluntário da Avosos, Wilson Melo, a tristeza existe, mas se torna pequena diante da imensa alegria de ter convivido 34 anos com Tia Ruth, uma pessoa que “transmitia paz, carinho, atenção, não só pra gente, voluntários, mas principalmente para aquelas crianças e adolescentes e os familiares que diante da dor e da agonia se sentiam acolhidos por ela, que fazia de tudo para amenizar o sofrimento”.

“Ela deixa muita saudade, mas nesse momento a gente tem é que agradecer a Deus pela oportunidade da convivência, para mim ela era uma mãe”, completa.

Ele também lembra dos últimos momentos dela na instituição. “Ela esteve aqui no dia 24 de julho, na festa de 31 anos, olhou as crianças, viu tudo aquilo e se recolheu, a partir daquele momento ela se recolheu no mundo dela como se fosse vivenciando todo esse tempo que ela passou aqui ao lado dessas crianças”.

A coordenadora do voluntariado, Jeane Vieira Melo, mal consegue falar de tanta emoção. Depois de um pausa profunda, ela comentou o legado deixado por Tia Ruth. “Falar sobre tia Ruth é sempre uma grande emoção e, apesar da tristeza, quando a gente olha um pouco para trás e vê o alicerce que ela colocou dentro da causa, nos dá forças para suportar esse momento”, diz.

Jeane fala ainda sobre quando Tia Ruth recebeu o diagnóstico de câncer em fevereiro e decidiu enfrentar a doença. “Quando ela soube da doença, ela falou pra mim: Jê, se as crianças suportam, eu também vou suportar. Vou tentar aprender a sentir as dores das nossas crianças”.

José Alfredo da Silva Santos e Vanessa Caroline Dias Dantas são assistidos da Avosos e foram ao velório para se despedir. O casal enfrentou os desafios da doença e diz que encontrou forças e o apoio que precisava em Tia Ruth.

“Ela abriu portas, acolhendo e dando todo apoio inclusive financeiro, com ajuda para remédios, passagem de ônibus, alimentação, foi muito importante e não sei como teria sido sem ela, sem o apoio que ela deu pra gente”, lembra Vanessa.

A jovem diz ainda que ficou paralisada quando soube da morte de Tia Ruth. “A ficha não tinha caído, mas depois eu fui vendo que agora ela está em um lugar melhor e isso é o que me conforta”, diz.

Para Alfredo, Tia Ruth foi o maior exemplo de vida que teve. "Ela sempre se doou pelo próximo. O que vai marcar pra mim é esse compromisso que ela tinha com o próximo, em fazer o bem”.

Almir do Picolé também esteve no velório e disse que Tia Ruth não morreu. “Quem faz caridade não morre. Ela veio para o mundo para servir a Deus, agora está ao lado dele”.

O velório segue durante todo dia e noite até às 5h da sexta-feira (14), quando o corpo será levado para Salvador (BA), onde será cremado.

 

 

 

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