“Se dermos aumento, os salários atrasam”, diz Edvaldo Nogueira
Prefeito de Aracaju volta a negar reajuste para os médicos em greve há 110 dias Cotidiano | Por Will Rodriguez 06/11/2018 06h30A quebra de braço entre os médicos de Aracaju e a administração municipal alcança, nesta terça-feira (6), a marca dos 110 dias. Enquanto a população de alguns bairros, especialmente na zona norte da capital, sente a deficiência do serviço público, trabalhadores resistem no movimento paredista em busca de um aumento que, reiteradas vezes, a Prefeitura já disse não ter condições de conceder.
Pelos cálculos da própria gestão, apenas cerca de 30% dos profissionais que atuam nos 44 postos da rede básica estão de braços cruzados. Já nos dois Hospitais Municipais, por deliberação própria da categoria, o efetivo segue inalterado. Ainda assim, há quem encontre dificuldades para conseguir atendimento.
É o caso da aposentada Geovana Meneses Cunha, mostrado pelo F5 News no mês passado, enquanto aguardava na fila por uma consulta prévia à uma cirurgia de hérnia. De lá para cá, nada mudou. “Trabalhei 35 anos da minha vida, mas agora tenho que tirar dinheiro da minha aposentadoria para marcar uma consulta no médico privado e conseguir uma receita”, reclama a aracajuana.
Ao F5 News, o prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB) disse estar perplexo com a postura dos médicos municipais, mas considerou também ter a “sensação do dever cumprido” por manter a folha salarial dos servidos em dia. O comunista ponderou compreender o direito de mobilização dos trabalhadores e voltou a negar a ausência de interlocução alegada pelo Sindicato dos Médicos.
“Diálogo tem. Eles já foram recebidos cerca de sete vezes pela comissão, mas o que eles querem é um aumento que não vai acontecer. Se dermos aumento, os salários atrasam e isso não queremos”, diz Nogueira, que não participou de nenhuma das reuniões de negociação com a categoria desde que essa greve foi deflagrada há quase quatro meses.
O imbróglio já foi parar na Justiça que, inicialmente, se posicionou pela legalidade da greve, mas a Prefeitura ainda aguarda julgamento de um recurso.
Nesta segunda-feira (5), os sindicalistas voltaram a se reunir com o desembargador do Tribunal de Justiça Diógenes Barreto, para pedir nova intervenção. Na última reunião de conciliação, prefeitura não enviou representantes.
Segundo o Sindimed, a reivindicação feita pela categoria médica é de 2,94% - e “não 40% como a Prefeitura vem falando" - a Tabela Única dos Médicos, além de melhores condições de trabalho.
Os profissionais voltam a deliberar sobre os encaminhamentos do movimento paredista em assembleia marcada para a manhã desta terça-feira.


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