SE tem mais de 240 mil testes de covid em estoque, mas há kits incompletos
O Estado não soube informar quantos testes do tipo PCR estão prestes a vencer Cotidiano | Por F5 News 27/11/2020 09h16Apesar de ter mais de 240 mil testes para covid-19 em estoque, o estado de Sergipe não consegue precisar exatamente quantos estão disponíveis para que o diagnóstico seja feito porque, além de alguns lotes estarem prestes a vencer, há kits incompletos. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.
Um levantamento do Estadão em 17 estados e no Distrito Federal revelou que, para além dos 6,86 milhões de testes RT-PCR no armazém do Ministério da Saúde, outras 605,5 mil unidades já enviadas pelo governo federal aos Estados perdem a validade em dezembro e janeiro ao menos.
No caso de Sergipe, foram recebidos cerca de 569 mil exames RT-PCR durante o ano, dos quais 400 mil em outubro, mas apenas 110 mil reagentes de extração. O governo do Estado, que ainda não sabe quantos testes vencem no próximo mês, afirma estar “preocupado” sobre o possível descarte dos exames vencidos. “Pode trazer impacto, pode trazer a diminuição da testagem, mas, com o volume que temos, acredita-se que até março temos a possibilidade de manter a testagem”, observou a Secretaria da Saúde de Sergipe, em nota enviada ao Estadão.
O produto entregue em menor escala é usado no laboratório, em etapa anterior à análise que mostra se o paciente está ou não infectado. Além do reagente de extração do RNA, os secretários pedem mais insumos para coleta de amostras, como cotonetes “swab” e tubos. Sem esse material é impossível o diagnóstico.
O último boletim da SES indica que já foram processados pouco mais de 125 mil testes desse tipo para covid-19 no estado e há outros 247,4 mil armazenados. Atualmente, 1.033 exames aguardam análise do Laboratório Central. O F5 News questionou a pasta sobre a média de testes que estão sendo recebidos e processados por dia, mas não obteve resposta até a publicação desta notícia.
Considerado “padrão ouro”, o RT-PCR é um dos exames mais eficazes para diagnosticar a covid-19, além de servir para o controle da pandemia por ajudar a localizar e isolar infectados e seus contatos próximos. A coleta é feita por meio de um cotonete aplicado na região nasal e faríngea (a região da garganta, logo atrás do nariz e da boca) do paciente. Na rede privada, o exame custa de R$ 290 a R$ 400. As evidências de falhas de planejamento e logística no setor ocorrem em um período de recrudescimento da pandemia em várias partes do país.
O Ministério da Saúde deve receber, ao longo desta semana, estudos de estabilidade estendida para testes de detecção de covid-19. A proposta é avaliar a possibilidade de extensão da validade de exames adquiridos pela pasta e que ainda estão em estoque.
De acordo com o ministério, a empresa Seegene, fornecedora dos testes, já está em contato com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o envio dos estudos, assim que disponibilizados pelo fabricante. O material será analisado pela agência, que concede o registro de utilização do produto.





