Educação
Seduc vê melhora no Ideb, mas reconhece dificuldades do ensino médio em SE
“A persistência nos fara avançar, não há loteria”, diz o secretário Josué Modesto
Cotidiano | Por Will Rodriguez 16/09/2020 15h15 - Atualizado em 16/09/2020 16h46

A Secretaria da Educação de Sergipe (Seduc) considera expressivos os indicadores do Ideb, divulgados pelo Ministério da Educação, sobretudo, na educação básica. A pasta, no entanto, reconhece a necessidade de enfrentar gargalos específicos do ensino médio sergipano, o único do país que não avançou em relação à avaliação anterior. “A persistência nos fará avançar no Ideb, não há loteria”, disse o secretário Josué Modesto dos Passos Subrinho, em entrevista coletiva quarta-feira (16).

Como F5News mostrou ontem, o estado avançou em todos os quesitos da Educação Básica, além de ultrapassar a meta estabelecida para o Ensino Fundamental Anos Iniciais, atingindo 5,1. Entretanto, na segunda categoria de Ensino Fundamental a média atingida foi de 4,1, sendo considerada baixa, porque a meta estipulada para 2019 era de 4,8. Já no Ensino Médio, Sergipe atingiu 3,7 do percentual de 4,9 que era estabelecido.

O desempenho ainda abaixo da meta para o ensino médio se explica, em parte, pela defasagem idade/série que, de acordo com o secretário, é a maior do país. “Nossos estudantes deveriam chegar com 15 anos ao ensino médico, porém mais da metade chega com no mínimo dois anos de defasagem. É desafiador mantê-los na escola regular”, afirmou.

De modo geral, salientou o secretário, os resultados de Sergipe mostram que escolas fora dos grandes centros urbanos obtiveram os melhores desempenhos. As práticas desses colégios devem servir de inspiração, apontou Josué. “Elas não estão localizadas em regiões socioeconomicamente privilegiadas, estão muito espalhadas, com a mesma forma de contratação de professores e distribuição de recursos. O que diferencia é como os professores lidam com a família, como a família se relaciona com a escola e como a direção lidera com foco no aprendizado”, declarou Subrinho.

Política de Estado

Os indicadores do Ideb, no entendimento do secretário Josué, atestam que o Estado está na rota certa para melhoria da Educação sob sua responsabilidade. Segundo ele, a meta é aperfeiçoar a articulação juntos às redes municipais de ensino, em busca de políticas públicas mais coesas.

Ele citou como exemplo o Ensino Médio em Tempo Integral, o Alfabetizar Para Valer e um Sistema de Avaliação Próprio, esses dois últimos programas que já deveriam ter sido implantados, mas foram suspensos em função da pandemia de covid-19.

“Acredito que já encontramos a fórmula, não há segredos, ter foco no aprendizado, coerência nos investimentos para atendimento das necessidades da escola. Estamos fazendo isso, e já estamos obtendo resultados, mas por conta da situação atual algumas das ações ainda não puderam ter efeito”, destacou Subrinho.

Questões salariais

Questionado pelo F5 News, o secretário da Educação disse não enxergar uma relação direta com a política salarial do magistério. Segundo ele, Sergipe é um dos estados que se aproxima do cumprimento da meta do Plano Nacional de Educação (PNE), de equivalência entre a remuneração do magistério com o nível superior.

“Os dados mostram estados com menor média salarial e Idebs maiores. Sou professor, defendo as metas do PNE, a valorização dos professores. A questão são os nossos limites orçamentários. Os recursos precisam pagar salários dignos, mas também garantir as condições de funcionamento dos equipamentos de ensino”, respondeu Josué Modesto. 
 

Edição de texto: Monica Pintosh
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