Sem médicos, hospitais da rede de Aracaju podem sofrer interdição ética
Escalas continuam incompletas e hospitais da região metropolitana superlotados Cotidiano | Por Fernanda Araujo 04/01/2019 12h00 - Atualizado em 04/01/2019 13h24Hospitais municipais de Aracaju continuam com escalas médicas incompletas e o Hospital de Urgência de Sergipe superlotado com a demanda quem vem das unidades. As UPAs Fernando Franco, na zona sul, e Nestor Piva, na zona norte, tentam atender aos pacientes em esquema de plantão, depois da saída de 126 médicos das escalas. Os profissionais protestam contra a redução do valor da hora trabalhada e cobram concurso público.
Mesmo sem ter previsão de ser atendidos, pacientes ainda arriscam permanecer nas unidades. Desde ontem, no Nestor Piva havia apenas um médico para atender os que já estavam internados; já no Fernando Franco eram realizados apenas atendimentos de cirurgião e pediatria.
Por falta de médicos, os pacientes de baixa complexidade estão sendo orientados a procurar o Huse. Muitos que chegaram desde a noite de quinta-feira (3) continuaram sem atendimento no hospital na manhã desta sexta (4) devido à falta de leitos. Segundo informações de pessoas que aguardavam atendimento, apenas os pacientes de meio dia de ontem ainda estavam sendo chamados. Alguns chegaram a passar mal e foram socorridos durante a madrugada.
O Huse tem uma média de 300 atendimentos por dia. Na quarta-feira, foram mais de 700 atendimentos, um aumento de mais de 130%. Já na quinta (3) este número chegou a 750, aproximadamente. O governo do Estado contratou 15 clínicos-gerais, 10 para atuarem no hospital de urgência e cinco no hospital de Nossa Senhora do Socorro, em que também há procura e aumentou em 50% o atendimento. A direção do Huse também busca transferência de pacientes para o Hospital Cirurgia, que já disponibilizou vagas.
“Mais do que dobramos o número normal. O hospital continua superlotado na porta de entrada de pacientes que deveriam ser atendidos pelo município. Estamos fazendo ações emergenciais, convocando por ligação médicos do processo seletivo, mas isso não resolve o problema. O Huse é de urgências de maior complexidade, não é missão atender os casos ambulatoriais, entretanto deixamos a porta aberta para atender a todos. A prefeitura precisa resolver a situação”, disse o superintendente do Huse, Darcy Tavares.
A Secretaria Municipal de Saúde afirma que vem tentando a contratação de médicos para recompor as escalas nas UPAs, porém nenhum profissional ainda foi contratado. Em entrevista à TV Atalaia, o secretário adjunto Carlos Noronha afirmou que já existem médicos credenciados e entregando os documentos para serem contratados na modalidade de Pessoa Jurídica e outros à disposição de contratação em regime de RPA enquanto ainda está em vigência, porém “está sendo feito progressivamente”.
O Conselho Regional de Medicina (CRM) afirma que acompanha o caso e pode pedir intervenção ética parcial nas unidades de saúde do Município, diante da ausência das escalas. A Secretaria Municipal de Saúde será notificada com prazo de 24 horas para resolver a questão. Esta semana, o CRM fez vistorias nas unidades para verificar esse e outros problemas, em que foi detectado, dentre outras situações, escala irregular em relação à função do profissional médico.
“Se tem uma unidade que tem área vermelha e precisa de médico 24h, esse medico não pode estar no atendimento. Quem está no atendimento fica em contato com a porta, que é a linha de frente, quando chega um paciente grave, opta em ficar com o que chegou ou com os que já estão internados. Outro caso, tinha um paciente em ventilação mecânica, internado no dia 12 de dezembro, pela resolução do CRM ele deveria estar naquela unidade o máximo quatro horas. Já passou do momento dos gestores enfrentarem a situação da saúde com mais eficiência, é uma situação já anunciada”, informou o presidente Jilvan Monteiro, à TV Atalaia.
A SMS ainda não foi notificada e afirma que vê a atitude do CRM como natural de sua função de fiscalizar as unidades do município e do Estado.


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