Sem repasses da PMA, Hospital São José suspende cirurgias de fissuras
Cerca de 670 pacientes serão prejudicados. É a segunda vez no ano
Cotidiano 03/11/2011 14h39

Por Fernanda Araujo

A Sociedade Especializada no Atendimento ao Fissurado de Sergipe(Seafese) irá suspender os serviços de cirurgias de fissuras e lábio palatal realizado no Hospital São José pela segunda vez nesse ano, a partir desta quinta-feira (3). Cerca de 670 pacientes que necessitam dos serviços ficarão sem assistência. Segundo a Seafese, a Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), não repassou as verbas destinadas à sociedade no prazo estabelecido pelo Ministério Público Estadual (MPE), o dia 21 de setembro.

O pagamento para a continuidade do serviço seria o total de R$ 60 mil no prazo de 48 horas no mês de setembro. O município alegou que não tinha recursos suficientes para efetuar o pagamento dentro do prazo expedido em última audiência, mas que efetuaria no prazo de 15 dias.

Para a promotora de Justiça Alessandra Pedral, o problema não pode permanecer mais sem solução. “Essa já é a terceira audiência. É um absurdo uma situação como essa não ter sido resolvida. Não tem como esperar mais, já passou do tempo de resolver. Vim com o pensamento de que hoje estaria resolvido. Precisaria ter empenho maior do Município para resolver esse problema com mais agilidade”, critica.

Segundo o médico Aristóteles Bispo Filho, do Hospital São José, o serviço somente reabrirá após o município efetuar o pagamento. “Só reabriremos o serviço quando o município honrar com o termo de ajustamento de conduta que foi pactuado aqui no Ministério Público. Todos os pacientes ficarão desassistidos, infelizmente. O que eu noto é que há uma má vontade muito grande por parte da Secretaria Municipal de Saúde, falta de interesse, de prioridade e de respeito aos pacientes”, lamenta.

O Município deve a Seafese o repasse de R$ 120 mil dos meses de setembro e outubro, além do pagamento dos funcionários que estão sem receber há quase cinco meses. “Eu lamento essa situação, infelizmente não está dando a mínima condição de se fazer os tratamentos dos fissurados no estado de Sergipe. Precisamos de luva, espátula, máscaras. O básico nós não temos, imagine o mais específico. Eu tenho pena dos pacientes, agora a responsabilidade não é de nós profissionais, é dos gestores da secretaria de saúde do município,” disse Aristóteles. Por enquanto, o MPE não entrará com ação, até que seja repassado o recurso e a situação normalizada.

Seafese

A fissura labiopalatina é uma má formação congênita que acomete 1.600 nascidos vivos, conhecida popularmente como goela de lobo e lábio leporino. A Seafese foi inaugurada em 10 de outubro de 2003 e atende a 670 pacientes de todas as idades, em sua maioria crianças e adolescentes, além de oferecer tratamento curativo e preventivo, acompanhamento integrado aos portadores de fissuras labiopalatinas, através de psicólogo, cirurgião e etc.

 

 

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