Sem teto: famílias da antiga Clínica Santa Maria aguardam uma solução
Defensoria Pública pede suspensão da reintegração de posse e audiência entre as partes
Cotidiano | Por Aline Aragão 28/02/2019 15h59 - Atualizado em 28/02/2019 17h31

O defensor público Alfredo Nikolaus esteve na ocupação da antiga Clínica Santa Maria, no bairro Siqueira Campos, Zona Oeste de Aracaju (SE), na manhã desta quinta-feira (28), e informou aos moradores que já pediu no processo a suspensão da reintegração de posse, porém a petição ainda não foi apreciada.

A defensoria requer ainda uma reunião com o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, e audiência do processo.

As famílias receberam na quarta-feira (27) um mandado de intimação expedido pelo juiz da 6ª Vara Cível de Aracaju, Aldo de Albuquerque Mello,  para imediata desocupação do local. Na ação judicial pela reintegração de posse movida pelos donos da antiga Clínica, o magistrado considera o grau de risco do imóvel apontado pelo município, e por isso, determina o uso da força policial para a desocupação do imóvel imediatamente. A Polícia Militar informou que ainda não foi notificada.

Entre os moradores, o clima é de apreensão e revolta. Dona Neide Santos mora no local há cerca de quatro anos, diz que não tem para onde ir, e está cansada de promessas. “Em época de campanha política todo mundo aparece aqui para pedir voto, trazem promessas que depois não são cumpridas. Estamos cansados disso”, desabafa.

Os moradores fizeram uma assembleia e decidiram que vão permanecer no local. “Vamos resistir e, se a polícia chegar, vamos pra rua. Não queremos morar em um galpão, queremos o auxílio moradia”, disse Antônio Miguel Santos, coordenador da ocupação.

A prefeitura havia disponibilizado dois galpões na rua Acre para acomodação das famílias, depois de uma vistoria realizada pela Defesa Civil municipal, que condenou o prédio. Desta vez, como a ação partiu da justiça, a gestão municipal espera ser notificada.

Entenda

No início do mês, depois de vistoria realizada pela Defesa Civil municipal, a Prefeitura de Aracaju alertou às famílias sobre os riscos oferecidos pela estrutura e recomendou a saída voluntária do local. A gestão também disponibilizou um galpão para abrigá-las e caminhões para transportar os móveis e pertences, mas a maioria não aceitou as condições e decidiu permanecer no prédio.

Na semana passada, a Prefeitura de Aracaju voltou a oferecer o galpão localizado na rua Acre, no bairro Siqueira Campos. Por nota, a gestão se diz aberta ao diálogo com a comunidade.

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