Sergipe chega a 10,5% no índice de roubo de automóveis
Seguro tem se tornado item essencial para quem deseja evitar prejuízos Cotidiano | Por Milton Alves Júnior 25/07/2018 07h30 - Atualizado em 23/08/2018 11h41Dados da Confederação Nacional do Seguro chamam a atenção dos sergipanos para o crescimento no índice de roubos ou furtos de veículos em todos os 75 municípios do estado. Somente entre os meses de janeiro e junho deste ano a Secretaria da Segurança Pública (SSP/SE) contabilizou 1.814 boletins de ocorrência registrando a prática criminosa. Uma média de dez carros roubados diariamente na menor unidade federativa do país. Se comparado com o mesmo período do ano passado, Sergipe apresenta um aumento superior à casa dos 10%, situação crítica que tem tirado o sossego de milhares de pessoas.
Paralelo ao pesadelo enfrentado durante abordagens criminosas - muitas delas com requintes de violência física e psicológica - os proprietários de veículos se deparam com a necessidade de, a cada novo ano, assistir o amargo reajuste inflacionário das corretoras de seguro. Como a matemática costuma ser simples nesse tipo de equação: quanto mais roubos de carros e motos, mais ampla fica a demanda dos seguradores. Esse aumento, evidentemente, é repassado ao segurado. Diante dos dados atualizados pela Confederação, adquirir um seguro automotivo hoje em Sergipe custa, em média, R$ 1.700; investimento mais expressivo se comparado aos estados de Alagoas (R$ 1.650), Maranhão (R$ 1.660) e Rio Grande do Norte (R$ 1.690), por exemplo.
Esses valores podem variar para mais ou para menos a depender do que deseja o cliente. De acordo com o presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado de Sergipe (Sincor/SE), Érico Melo, apesar dos reajustes mexerem diretamente no orçamento dos sergipanos, os próprios segurados se mostram favoráveis a permanecer com a assistência preventiva. Como os dados negativos envolvendo os roubos seguem em expansão nos quatro cantos do Estado, o único jeito de se evitar maior transtorno é justamente fechando o negócio. O cenário se torna ainda mais preocupante quando apenas quatro, a cada dez veículos roubados, voltam às mãos dos proprietários.
“A média hoje de reaquisição desses bens é de 39,59%; é baixo demais. Compreendemos que esses dados oficializados
também pelas pastas administrativas responsáveis pela segurança pública acabam conscientizando os contribuintes a buscarem os auxílios dos seguros. Torcemos para que nenhum cliente necessite do seguro, isso é claro, porém, não podemos deixar de destacar que, por via das dúvidas, indiscutivelmente é melhor adquirir o sistema de proteção”, avaliou.A porcentagem proporcional de recuperação desses bens em Sergipe é o menor do Brasil; distante, e muito, do Estado de Mato Grosso do Sul onde esse índice alcança 79,96%, mais que o dobro de Sergipe.
A orientação didática/preventiva apresentada pelo especialista reflete no prejuízo até hoje contabilizado mensalmente nas contas do produtor musical Ismael Feitosa. Ex-proprietário de uma caminhonete modelo 2016, em março do ano passado, enquanto esperava o portão de casa abrir para guardar o veículo na garagem, no bairro Sol Nascente, zona Oeste de Aracaju, ele foi abordado por dois criminosos que, armados, roubaram o veículo. Sem seguro, o jeito foi torcer para que a mobilização militar resultasse na apreensão do veículo. Sem sucesso. Ismael reforça o grupo dos 60,41% dos sergipanos que não conquistam o veículo de volta.
Apesar de se sentir incomodado em falar sobre o assunto, ele destaca a necessidade de compartilhar a sua vivência negativa a fim de colaborar com outras pessoas. “No momento em que os marginais me apontaram a arma, juro que somente me veio na memória o corretor me passando o valor do seguro e eu rejeitando. Me assustei com os poucos mais de R$ 2.400 cobrados na época e acabei optando por arriscar. Arrisquei, e por causa disso até abril do ano que vem continuarei pagando as prestações de um carro – desejo de consumo desde a infância, o qual há um bom tempo não é mais meu”, lamentou.
Ainda de acordo com Érico Melo, a partir do momento em que os dados apresentarem redução significativa dessa prática, a tendência é que a tabela de preços também siga o mesmo caminho. Atualmente a influência dos assaltos e da baixa recuperação dos automóveis segue influenciando a alta dos valores para cada tipo de automóvel. “Hoje é o tipo de seguro que mais vende; disparado à frente dos demais. Você se deparar com mais de 1.800 veículos roubados somente nos seis primeiros meses desse ano em um estado pequeno como Sergipe serve bem de parâmetro para a busca cada vez maior deste tipo de seguimento protetivo”, pontuou o presidente sindical.
Reconhecimento – Se mostrando consciente quanto ao elevado índice de roubos ou furtos de automóveis, o delegado
Hidelmar Rios - diretor da Divisão de Roubos e Furtos de Veículos da Polícia Civil (DRFV), garante que o Governo de Sergipe tem intensificado as operações a fim de identificar e prender bandos criminosos especializados em roubo de veículos. Uma operação coordenada pela Polícia Civil na última sexta-feira, 21, por exemplo, resultou na prisão de três suspeitos envolvidos nesta prática. A detenção ocorreu na Avenida João Ribeiro, bairro Santo Antônio, zona Norte de Aracaju. Após estudos iniciais os agentes civis identificaram que o veículo em que os suspeitos estavam havia sido roubado no dia anterior na capital sergipana.“Nosso setor de inteligência tem buscado ampliar o monitoramento dessas quadrilhas e promover a busca e prisão de todos os envolvidos o mais rápido possível para que Sergipe combata de forma cada vez mais versátil esse tipo de ação”, declarou o delegado, que concluiu dizendo: “temos avançado. Mesmo os números ainda preocupantes, o índice de recuperação nos últimos anos tem subido 8%; pouco, mas o avanço é real. A meta é barrar essas práticas e evitar que os sergipanos continuem acuados pela bandidagem”.


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