Com mais uma aceleração do contágio, o estado de Sergipe deve registrar um novo pico de casos de covid-19 entre os meses de março e abril, segundo projeções da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Atualmente, o estado tem a maior taxa de transmissão do coronavírus do país. 

Nos seis primeiros dias deste ano, Sergipe registrou uma média de 885 novos casos diários. Ao todo, foram 5.313 registros. A previsão matemática dos pesquisadores da UFS indica que, entre os dias 20 de março e 10 de abril, esse número deve alcançar os maiores patamares desde o início da pandemia. Já no próximo dia 18 de janeiro, há projeção de que o estado alcance 2.620 óbitos.

"Teremos não só o pico de casos, mas também de óbitos. Principalmente o reflexo das festas de final de ano e o retorno das aulas", disse o professor da UFS, Lysandro Borges, em entrevista à TV Sergipe.

A contaminação em alta é reflexo da alta taxa de reprodução do vírus. No estado, segundo o painel Covid-19 analytics, ela está em 1,12 há 20 dias, o que indica que 100 pessoas contaminadas conseguem transmitir o coronavírus para outras 120. A taxa é a maior entre todas as unidades da federação. “O vírus está circulando em grande velocidade no estado", alertou Borges.

O aumento do número de casos também já começa a pressionar os hospitais das redes pública e privada de saúde. Conforme o boletim mais recente da Secretaria da Saúde, existem 347 pessoas internadas. Em dois hospitais do SUS, a ocupação dos leitos de UTI está em 100%. No Hospital Governador João Alves, quase 87% das vagas de terapia intensiva estão ocupadas. Já na rede privada, um hospital tem 90% de ocupação, um mais de 80%, três mais de 70% e outros três menos de 35%.

A situação preocupa o governo do Estado, que se reúne na tarde desta quinta-feira (7) com o comitê científico que monitora a situação epidemiológica. Embora novas ações de lockdown sejam descartadas, há possibilidade do anúncio de mais medidas restritivas para tentar conter a disseminação da doença.