No momento em que se fala sobre flexibilização, o Boletim do Observatório Fiocruz Covid-19, lançado na sexta-feira (17) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), aponta que na última semana epidemiológica, de 5 a 11 de julho, Sergipe apresentou uma das maiores taxas de incidência por Covid-19, juntamente com o estado de Roraima e o Distrito Federal, que também apresentaram altas taxas de mortalidade no período. 

O estudo tem o objetivo de apresentar um panorama da situação dos estados brasileiros e do Distrito Federal em relação ao cenário epidemiológico da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e da Covid19, assim como da capacidade do sistema de saúde para o enfrentamento da pandemia, com referências de critérios e indicadores propostos pela OMS e também de iniciativas da sociedade civil. 

Das semanas epidemiológicas 27 (de 28 de junho a 4 de julho) e 28 (de 5 a 11 de julho), foram colhidos dados relacionados à incidência e mortalidade de Covid-19, incidência de SRAG e também à disponibilidade de leitos. O cenário é preocupante em todo o país.

Nas últimas duas semanas epidemiológicas, Sergipe apresentou crescimento médio diário de 1,1% na tendência de incidência do novo coronavírus; o que indica uma situação de alerta. Já no caso de mortalidade por Covid-19 o aumento foi de 0,1%. Conforme o estudo, o aumento em 5% ou mais indica uma situação de alerta máximo; variação inferior a 5% indica situação de alerta; e variação superior a 5% indica situação de atenção.

Alguns estados do Sul e Centro-Oeste apresentaram tendência geral de aumento do número de casos, acelerando a transmissão da Covid-19 no período, além de forte tendência de aumento do número de óbitos; enquanto outros tiveram uma sensível tendência de redução no número de casos. No cenário do país, foi observada uma estabilização da pandemia em níveis altos, tanto do número de casos, quanto de óbitos.

O estudo também monitorou os níveis de atividade e incidência de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG), que têm servido de alerta para a pandemia. Para todo o país, os níveis de atividades da síndrome são muito altos. Sergipe se destaca com incidência acima de dez casos por 100 mil habitantes (11,3), juntamente com Ceará, Alagoas, Minas Gerais, Paraná e Distrito Federal, o de maior taxa, com 19,3 casos. No país, a taxa de incidência está em 9,7 casos; Nordeste 7,0; Sudeste 11,6 ; Sul 8,5; Centro-Oeste 11,0.

Leitos de UTI Covid-19

Considerando a totalidade de leitos existentes, segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) datado de 13 de julho deste ano, a taxa de ocupação de leitos de UTI para a Covid-19 destinados a adultos também foi avaliada, já que sinaliza risco de um colapso na capacidade do sistema de saúde atender pacientes com Covid-19 graves, frente à possibilidade de aumento de casos.

Conforme as taxas relativas ao Sistema Único de Saúde (SUS), obtidas diretamente ou a partir de dados dos sites das secretarias estaduais de Saúde no dia 16 de julho, segundo o estudo, Sergipe possui 0,7 leitos de UTI para adultos por 10 mil habitantes, enquanto a taxa de ocupação já beira 80% dos leitos ocupados (78,6%), considerada alta. No Nordeste, se destaca também a Bahia, com taxa de ocupação de 80% dos leitos de UTI para adultos, considerada muito alta.

Em Sergipe, até o momento, 45.243 pessoas já testaram positivo para a Covid-19 e 1.125 morreram. Segundo o boletim epidemiológico do coronavírus divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) no domingo (19), o estado teve 2.172 novos casos e 14 novos óbitos. Mais de 24 mil pacientes já se recuperaram. 

A instituição acredita que por meio do boletim contribuirá para ampliar a discussão sobre todos os aspectos que envolvem a Covid-19. Para isso, a ideia é contar com a participação dos diferentes atores sociais comprometidos com o processo e o envolvimento de toda a sociedade.

Confira o estudo completo aqui

*Com informações da Fiocruz