Sergipe já recolheu mais de mil toneladas de substância oleosa nas praias
Frente Unificada de Sergipe realiza análise e coleta amostras no rio Vaza Barris
Cotidiano | Por Fernanda Araujo 05/11/2019 11h45 - Atualizado em 06/11/2019 09h02

A substância oleosa continua surgindo nas praias do litoral nordestino e já afeta 321 localidades e 125 municípios de nove estados brasileiros. Em Sergipe, até o dia 3 de novembro já foram recolhidas 1.210 toneladas de resíduos - óleo e areia - avistados desde o início de setembro. A estimativa é que a substância esteja concentrada em 83 km de extensão de praia, de Aracaju até o litoral sul do Estado.

Já são 18 áreas, entre praias e mangues, atingidas no estado, de acordo com dados atualizados pelo Ibama do último dia 3; a maior parte com vestígios esparsos do petróleo cru. Na capital sergipana, foram observados nas praias de Atalaia, Mosqueiro, Aruana, Coroa do Meio, Praia dos Artistas e a Praia dos Náufragos. Na Barra dos Coqueiros, os fragmentos também foram verificados na Atalaia Nova e na Praia da Costa. 

Também apareceu a substância nas praia do Abaís e do Saco, em Estância; Caueira, Coqueirinho e Praia do Saco, em Itaporanga d'Ajuda; Praia do Pirambu, em Pirambu. Dois mangues foram afetados com vestígios e manchas, em Indiaroba e Itaporanga, respectivamente. Segundo os órgãos, a quantidade de óleo diminuiu consideravelmente no Estado.   

Apenas em quatro locais as substâncias não foram observadas na última visita. Segundo o Ibama, a Praia de Jatobá e Praia do Porto, na Barra dos Coqueiros, além da Foz do Rio São Francisco, no município de Brejo Grande, e a praia de Ponta dos Mangues em Pacatuba estão limpas e sem óleo observado no período. Equipes do Ibama sobrevoaram hoje o litoral sergipano com foco na região da Foz do Rio São Francisco.

Durante a manhã desta terça-feira (5), órgãos públicos que fazem a Frente Unificada de Sergipe juntamente com uma equipe da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e da Secretaria do Estado da Agricultura, com apoio da Marinha, realizam a coleta de amostras de água, sedimento e fauna para análises químicas na Praia do Viral, em Aracaju, e no rio Vaza Barris nas proximidades da ponte Joel Silveira, na Praia do Viral e na Ilha Men de Sá, em Itaporanga.

As análises devem mensurar quanto o óleo contribuiu para o aumento das substâncias químicas no meio ambiente e se a água está contaminada. Esta é a primeira de uma série de coletas a serem realizadas na semana, resultados que podem sair em 15 dias contados a partir do final de toda a coleta prevista até o dia 8.

De acordo com a Frente, durante a semana todo o litoral seguirá sendo monitorado e as equipes de campo continuarão atuando nos municípios sergipanos afetados. O trabalho de monitoramento e limpeza de praias, estuários e rios segue executado por diversos órgãos e pelo efetivo do Exército Brasileiro, do 28º Batalhão de Caçadores, sob o comando da Marinha do Brasil. "Desde o último dia 2 de novembro as equipes de limpeza (Prevfogo) concentram os esforços na Reserva Biológica Santa Isabel, no município de Pirambu, por causa da período de desova das tartarugas, sob a coordenação do ICMBio", informa a Frente Unificada.

Fauna

Em todo o litoral nordestino também já se verifica um total de 112 animais contaminados pela substância, sendo 77 tartarugas marinhas, 23 aves, um mamífero marinho e outros 11 animais; 83 estavam mortos e 29 encontrados vivos. 

Em Sergipe, 12 animais, sendo três aves, cinco tartarugas marinhas e outros quatro animais também foram atingidos; oito não sobreviveram. No final de semana, uma tartaruga foi encontrada morta na praia de Aruana em Aracaju. Conforme dados de segunda (4), não houve outro registro de fauna contaminada. 

Por meio de ações preventivas, o Ibama afirma que filhotes de tartarugas marinhas capturados preventivamente foram liberados, na Bahia, 1.205 animais, através do ICMBio, Projeto Tamar e Fundação Pró-Tamar, e em Sergipe, 2.179 liberados. A Fundação Mamíferos Aquáticos realiza o monitoramento de peixe-boi Astro no estado. No Rio Grande do Norte, 25 animais foram retidos pelo Projeto Cetáceos da Costa Branca.

O que fazer se tiver contato com a substância?

O contato pode ser danoso para a saúde e, segundo o Conselho Federal de Química, pode trazer riscos como dermatites e intoxicações. A população deve procurar atendimento médico em caso de reações adversas pelo contato com a substância.

Onde descartar?

A substância recolhida por voluntários não deve ser descartada em lixo comum. Os locais indicados pela Frente Unificada são nos Ecopontos da Petrobras, localizados na praia de Atalaia, no final da Passarela do Caranguejo, e na Rodovia dos Náufragos, em frente ao Salão de Festas Mansion e ao Tropical Mar Hotel. 

Posteriormente os resíduos serão encaminhados para armazenamento temporário no Pólo de Gerenciamento de Resíduos Perigosos da Petrobras, em Carmópolis, onde aguardam a destinação final ambientalmente correta. Além disso, é extremamente perigoso a reutilização do material coletado.

Quais os cuidados na retirada do material?

É fundamental o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como luvas impermeáveis (preferencialmente PVC), calçados fechados, máscaras e protetor solar.

Também é necessário cuidado extra para que seja removido o mínimo possível de areia, realizando uma raspagem superficial e a remoção de areia oleada. As ferramentas mais pesadas são o último recurso usado quando o método mais simples não é capaz de remover o óleo. Após a remoção, o material é guardado em big-bags, bolsas impermeáveis, apropriadas para esse tipo de resíduo e as bolsas deverão ser encaminhadas para locais adequados.

*Com informações da Frente Unificada de Sergipe

 

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