Sergipe mostra desaceleração no contágio do coronavírus há um mês
Taxa de reprodução está abaixo da média nacional no estado, segundo pesquisadores Cotidiano | Por Will Rodriguez 27/08/2020 11h45O ritmo de transmissão da covid-19 em Sergipe completa um mês em desaceleração. De acordo com dados compilados por pesquisadores do Covid-19 Analytics, grupo formado por professores da PUC-Rio e da Fundação Getúlio Vargas (FGV) , a taxa de contágio (Rt) no estado é de 0.66, número que indica para quantas pessoas um paciente infectado consegue transmitir o novo coronavírus. O estudo foi atualizado nesta quinta-feira (26).
O dado significa que 100 pessoas contaminadas contagiam outras 66 que, por sua vez, passam a doença para outras 64. Essas contaminam 62 e assim sucessivamente, o que comprova a desaceleração do contágio. Desde 25 de julho, a taxa de contágio está abaixo do um. Ao entrar na barreira de 0.6, segundo os especialistas, o indicador aponta o decréscimo da pandemia.
De acordo com o boletim mais recente da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Sergipe contabiliza 71.222 pessoas com diagnóstico positivo para covid-19. Ao todo, 60.085 são consideradas curadas clinicamente e outras 1.822 faleceram em decorrência da infecção pelo novo coronavírus.
Brasil
Usando um modelo matemático que considera o número de mortes confirmadas a cada semana e estima o nível de transmissão do vírus mesmo com a subnotificação, o cálculo da universidade britânica Imperial College de Londres mostra que a taxa de contágio (Rt) do vírus no País subiu para 1 na semana atual. Especialistas em epidemiologia e matemática afirmam, porém, que uma variação pequena como a observada entre os dois relatórios não é capaz de, sozinha, indicar mudanças significativas no comportamento da pandemia.
A avaliação dos pesquisadores é de que no Brasil, o número de casos e mortes indica cenário de estabilidade ou queda lenta, mas que isso esconde as realidades específicas de cada região, estado ou município. "Temos números altos mesmo em estados que registram queda, então temos que continuar com as medidas de distanciamento social, uso de máscaras e atividades remotas, se possível", afirmou Marcelo Gomes, pesquisador em saúde pública da Fiocruz, ao Estadão.
Uma das principais alterações feitas nas últimas semanas que podem ter levado a um aumento atípico das notificações foi a decisão do Ministério da Saúde de aceitar registros de casos diagnosticados por critérios clínicos e de imagem, ou seja, por meio do histórico de sintomas e exames que mostrem o comprometimento pulmonar do doente, como tomografia e ressonância. Com isso, deixou de ser necessária a confirmação laboratorial por meio de exame PCR ou sorológico.





