Sergipe pode chegar a 1.400 infectados em quatro dias, diz estudo
Pesquisadores da UFS apontam necessidade de aumentar isolamento social no estado Cotidiano | Por F5 News 04/05/2020 16h17 - Atualizado em 05/05/2020 09h01O número de pessoas contaminadas pela Covid-19 em Sergipe pode chegar a 1.400 até a próxima quinta-feira (7). Essa projeção é baseada em um estudo publicado por pesquisadores do Laboratório de Economia Aplicada e Desenvolvimento Regional da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Isso representa um aumento de 86% de casos confirmados nos próximos quatro dias, estimando-se o índice de isolamento da população em 60% e as 730 notificações da doença até este domingo (3).
A nota técnica, elaborada pelos professores Fábio Rodrigues Moura, Fernanda Esperidião, Luiz Carlos Ribeiro, José Ricardo de Santana, José Roberto Lima Andrade e Marco Antônio Jorge, apresenta cenários de previsão de contaminação por covid-19, a partir das notificações de casos no estado entre os dias 14 e 27 de abril, considerando previsões definidas com percentuais de quarentena, entre 60% (máximo) e 30% (mínimo). Essa taxa estava em 56% no estado, até o último sábado (2), quando foi divulgada a última atualização do Índice de Isolamento Social desenvolvido pela Inloco.Os pesquisadores apontam que, com a taxa de isolamento social em 60% após o 45º dia, desde a confirmação do primeiro caso, a previsão é de 1.320 infectados ao final de 55 dias, ou seja, dia 7 de maio. Esse número é considerado expressivo, de acordo com a pesquisa, por representar a possibilidade de saturação no sistema de saúde do estado.
Os pesquisadores também simularam o relaxamento das medidas de isolamento social com a redução do percentual para apenas 30% da população sergipana. A previsão do total de infectados ao final de 45 dias seria de 8.199 infectados. Considerando uma taxa de internamento em UTI de 4,45 pessoas em cada 100 infectados, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde, isso implicaria um colapso do sistema de saúde, tendo em vista que há disponibilidade de apenas 85 leitos de UTI exclusivos para a covid-19.
A professora Fernanda Esperidião explica que o estudo demonstra como o isolamento social é uma medida eficaz para retardar o crescimento da doença e evitar o colapso no sistema de saúde. “É preciso deixar claro que se trata de uma projeção e considerar ainda que temos problemas de subnotificações. Mostramos o que aconteceria se o isolamento fosse menor ou se ele fosse mais otimista. Mostramos também que os números de infectados seriam maiores num cenário pessimista. E isso teria um efeito muito complicado, que provocaria um colapso no sistema,” afirma.
*Com informações da UFS





